domingo, 31 de julho de 2011

Metamorfose da Consciência

"O impasse crítico resultante dessa inaptação revela a crise de transição que prenuncia o final de um período e início de outro. Precisamos dar o próximo passo na metamorfose da consciência, queiramos ou não. Com base na experiência clínica individual, aprendemos que o passo seguinte na evolução é inevitável, conquanto costume ser doloroso. Mas pode ser muito facilitado quando sua necessidade é aceita e quando se compreende o sentido de sua direção em termos gerais. No entanto, só nos cabe apreender esse sentido de sua direção geral. Qualquer tentativa de identificar ou prever o desenvolvimento futuro é uma decorrênci de projeções futuras de elementos passados e presentes."
(O Retorno da Deusa: Mitologia Junguiana, Edward C. Whitmont)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mulher Aranha

A aranha estava construindo sua teia, ela fia pacientemente, cruzando linhas, cuidadosamente, mas precisa. Formando uma teia - seu mundo - e quando terminado, ela se instala no centro, onde pode sentir/saber o que acontece ao seu redor - criadora e dona de seu mundo.


Havia um rosto, ora caveira, ora máscara de morte, que me dizia, que me falava e me explicava ensinando. Sua teia era seus longos cabelos, negros, contrastantes com sua face alva. Agitado constantemente pelo frio vento que soprava. "Faça o que for preciso" me dizia, "e na hora, tudo será entendido". "Deixe-se levar, todos estamos na teia Dela e a grande sabedoria consiste em sentir"!


Há uma grande neblina cobrindo a terra todas as noites, uma linha tão tênue quanto uma teia, a grande teia Dela está combrindo a terra, na noite, lar da deusa que trabalha no escuro. Suas teias estão se espalhando. E que vítimas a grande aranha irá pegar em sua armadilha espectral?

terça-feira, 5 de julho de 2011

"A subjugação efetiva dos instintos, mediante controles repressivos, não é imposta pela natureza, mas pelo homem. O pai primordial como arquétipo da dominação, inicia a reação em cadeia de escravização, rebelião e dominação reforçada, que caracteriza a história da civilização. Mas, desde a primeira e pré-histórica restauração da dominação, após a primeira rebelião contra esta, a repressão externa sempre foi apoiada pela repressão interna: o indivíduo escravizado introjeta seus senhores e suas ordens no próprio aparelho mental. A luta contra a liberdade reproduz-se na psique do homem, como a auto-repressão do indivíduo reprimido, e a sua auto-repressão apoia, por seu turno, os senhores e suas instituições. É essa dinâmica mental que Freud desvenda como a dinâmica da civilização." (Eros e Civilização, Herbert Marcuse)