O "masculino" e o "feminino" são criações culturais e, como tal, são comportamentos apreendidos através do processo de socialização que condiciona diferentemente os sexos para cumprirem funções sociais específicas e diversas. Essa aprendizagem é um processo de socialização que condiciona diferentemente os sexos para cumprirem funções sociais específicas e diversas. Essa aprendizagem é um processo social. Aprendemos a ser homens e mulheres e a aceitar como "naturais" as relações de poder entre os sexos. A menina, assim, aprende a ser doce, obediente, passiva, altruísta, dependente; enquanto o menino, aprende a ser agressivo, competitivo, ativo, independente. Como se tais qualidades fossem parte de suas próprias "naturezas". Da mesma forma, a mulher seria emocional, sentimental, incapaz para as abstrações das ciências e da vida intelectual em geral, enquanto a natureza do homem seria propícia à racionalidade.
Esta "naturalização" que inferioriza um dos sexos é um argumento também utilizado pelas teorias racistas. Os negros, os índios, seriam "por natureza" inferiores e, como tal, deveriam ser mantidos sob comando, alijados da participação política, econômica e social. Da mesma forma, os teoricos da discriminação de sexo apelam para a "natureza" da mulher para justificar sua posição social subalterna. Sendo ela, "por natureza", um ser frágil e dependente, legitima-se a assimetria sexual. Este reducionismo biológico camufla as raízes da opressão da mulher, que é o fruto na verdade de relações sociais, e não de uma natureza imutável. O novo debate feminista demonstra que a hierarquia sexual não é uma fatalidade biológica e sim o fruto de um processo histórico e, como tal, pode ser combatida e superada. Sendo História, e não natureza, é passivel de transformação."
(O que é Feminismo, Branca Moreira Alves e Jacqueline Pitanguy - Coleção Primeiros Passos)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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