terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aspectos do Uno

"O Bem-aventurado Senhor disse: Meu querido Arjuna, ó filho de Prithá, olhe agora minhas opulências, centenas de milhares de formas divinas variadas, multicoloridas como o mar." (em Bhagavad-Gita)

No Egito O Uno era chamado de Amon-Rá (A luz oculta), Atum-Rá (A fonte e o fim de toda luz) ou simplesmente Rá (A luz de Deus). Os outros deuses eram manifestações de Rá em seus vários aspectos.
Há religiões que consideram estes aspectos de Deus diversas formas diferentes do Uno. Na Realidade, os aspectos não são formas diferentes de Deus, mas sim partes e parcelas de Deus. Deus é um, suas partes e parcelas que são muitas.

"É impossivel que alguém Lhe conceba ou que Dele pense. Ou pode alguém de lá se aproximar em direção ao exaltado, em direção ao preexistente no sentido próprio? Entretanto, todos os nomes concebidos ou pronunciados sobre Ele são apresentados em honra, como um traço dele, de acordo com a capacidade de cada um daqueles que o glorificam."(em O Tratado Tripartido)

"Assim como ele também não muda em [...], nem se volta [aos nomes] que [ele pensa], para se tornar agora isso, agora algo diferente, essa coisa agora sendo uma coisa e, outra hora algo diferente, mas sendo ele completo por si mesmo e ao máximo.
[Ele] é cada uma das Totalidades para sempre e ao mesmo tempo. Ele é o que todos elas são." (em O Tratado Tripartido)

"Todos os deuses são um deus
", disse ela, então como já dissera muitas vezes antes, e como eu repeti para muitas noviças inúmeras vezes, e como toda sacerditisa, depois de mim, há de dizer novamente, "e todas as deusas são uma deusa, e há apenas um iniciador. E a cada homem a sua verdade, e Deus com ela"." (em As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley)

domingo, 9 de novembro de 2008

Imanência de Deus

"- Você acredita em Deus? perguntou ela após algum tempo.
- Antes deduzi que ele existia. Mas fui além depois... O fato é que nesta minha vida assim de solidão, eu pensava ter escalado toda aquela escada de que fala Platão, você se lembra disso? No primeiro degrau, o simples amor pelas coisas terrenas, pelas belas coisas terrenas; progredindo, chega-se às belas formas, das belas formas ao belo proceder, do belo proceder ao belos princípios, dos belos princípios ao princípio último, que é o da beleza absoluta. Raciocinei: a beleza absoluta só pode ser Deus. - Calou-se. Acendeu um cigarro. - Como vê, tudo assim formal, calculado. Mas uma tarde, na chácara, eu olhava uma teia de aranha e então aconteceu isso: senti em redor a presença Dele. No céu, o sol lançava raios vermelhos e retos, iguais aos que as crianças traçam nos seus desenhos, iguais aos ingênuos resplendores dos santinhos de papel. Vi então que ele estava na tarde, no todo imenso e na parte ínfima: estava na luz do sol e na sombra rendada que a teia de aranha projetava no chão, estava nas folhas aos meus pés e estava naquele passarinho que passou como uma seta sobre minha cabeça. Quando respirei, era como se estivesse respirando Deus."
(em Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"misericordiosa execução"

Somália. As milícias Al-Shabab, ligadas à Al-Qaeda, conquistaram em Agosto a cidade portuária de Kismayo onde estão a impor a charia - lei islâmica - ao abrigo da qual realizaram a primeira execução pública em dois anos. A de Aisha Duhulow

Crime foi cometido por um grupo de 50 homens
Aisha tinha 13 anos, dizem uns, 23 anos afirmam outros, e foi lapidada - ou seja, apedrejada até à morte - no estádio de Kismayo, a cidade portuária somali agora sob controlo das milícias islâmicas Al-Shabab. Durante o assassínio de Aisha, um familiar seu e alguns espectadores tentaram socorrê-la, o que fez com que os milicianos disparassem contra a multidão, matando uma criança.

Os extremistas islâmicos, associados à Al-Qaeda, justificaram a "misericordiosa execução" alegando que Aisha Ibrahim Duhulow praticou adultério, um crime de honra punido com a morte. Mas a família de Aisha nega a acusação, afirmando que ela foi violada por três homens e que foi detida quando os denunciou em tribunal. Nenhum dos acusados foi detido, assim como também não consta que tenha havido o julgamento normal para o caso de adultério. Mas Aisha foi morta. E de forma extremamente violenta.
No estádio de Kismayo, onde se encontravam cerca de mil espectadores, revela o diário britânico The Guardian, foi aberto um buraco no chão onde colocaram Aisha que, manietada de pés e mãos, ainda tentava resistir aos seus verdugos. Um grupo de 50 homens atirou contra ela as pedras que, para o efeito, haviam sido trazidas para o estádio. Por três vezes, Aisha foi retirada do buraco e observada por enfermeiras que atestaram ela estar ainda viva. E o apedrejamento prosseguiu... até à morte.
in DN LUMENA RAPOSO

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu sou a natureza, Mãe de todas as coisas

Eu sou a Natureza, Mãe de todas as coisas, a senhora de todos os elementos, a primordial progênie dos séculos a suprema das divindades. A rainha dos mortos, a primeira das celestiais e a uniforme representante das Deusas e dos Deuses; Eu que governo com o meu aceno as alturas luminosas do céu, as suaves brisas do mar e os nefastos silêncios dos infernos, e cuja única divindade toda a humanidade venera debaixo de múltiplas formas, sob vários rituais e debaixo de muitos nomes, sou adorada em toda à parte. Cada nação tem o seu nome próprio para mim, vendo apenas um dos meus mitos, adorando-me com apenas um dos seus ritos. Na antiga Frígia sou Pessinuntica, mãe dos deuses; para os áticos autóctones, Minerva Cecrópia; os flutuantes cípricos me chamam Vênus Pafia; em Atenas, onde os homens nascem do próprio solo, sou Artémis; na ilha de Chipre sou a dourada Afrodite. Os arqueiros cretenses chamam-me Diana Dyctinna, os Sicilianos trilingues Proserpina, e os Eleusinos a intemporal Mãe dos cereais a Deusa Ceres. Uns chamam-me Juno, outros Bellona das batalhas outros Hecate ou Rhanumbia.
Pára, pois agora de chorar, pois vim ajudar-te: olhei lá de cima e vi as mágoas da tua vida e tive piedade dos teus infortúnios... Por isso seca as tuas lágrimas e rebate a tristeza. Tudo vai mudar em breve e sob a minha luz vigilante a tua vida será refeita, renovada.
Vim meu filho em resposta às tuas orações.

(Adaptação livre do texto d’ “O Burro de Ouro” de APULEIO)

O ensinamento da terra

"O ensinamento da Terra está pronto para se revelar a quem se lhe abre e neste momento é urgente que tentem compreender o seu real valor. É preciso redefinir o valor da Terra como vosso lar e se o fizerem ela sentirá isso e começará a transmitir os seus códigos e memória ancestral...

A Terra sente os vossos desejos e sentimentos. Ela conhece os seres humanos porque é uma entidade viva, biológica....

A vitalidade da Terra está à espera de ser descoberta por vocês. Ela pode dar-vos a maior abundância se compreenderam quem Ela é. Pode pensar-se nela como a DEUSA-MÃE - como um aspecto a existência, que os nutre alimenta e embala.

Ela é o vosso lar e a vossa mãe, a fonte de onde vieram.

TERRA - CHAVES PEIADIANAS PARA A BIBLIOTECA VIVA

Barbara Marciniak