segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

LILITH Y EL PATRIARCADO

Cuando se instauró el patriarcado las divinidades que representaban los derechos o el poder de las mujeres fueron abolidas y cayeronn en el olvido o por el contrario pasaron a ser presentadas como animales monstruosos que debían ser derrotados o aniquilados. En cuanto estas divinidades se avienen al nuevo sistema de valores, esto es, el patriarcado, las mitologías las describen como femeninas, el caso por ejemplo de las Erinias griegas; pero cuando representan el orden de cosas que se desea erradicar y se alzan en portavoces del mismo, se las califica de feas, repulsivas, incluso peligrosas, para remitirnos también a Grecia la gorgona Medusa a la que Perseo corta la cabeza.
Lilith es pues el concepto de la mujer emancipada, en el patriarcado sinónimo de mujer de sexualidad libre, por lo tanto no distribuída por los hombres y exenta de entregar los hijos a estos, la antítesis de la madre pasiva y sacrificada entregada a la maternidad de la que hace apología el sistema patria.

Mario Iasi e o debate feminista

"Se podemos sentir, como dizia Che, o tapa que não foi dado em nosso rosto. Eu tenho problemas nestas coisas. Meu corpo as vezes se sente agredido quando sei de uma agressão contra uma companheira., sinto as chibatadas na carne negra que não é minha, as vezes sou ferido pelo rosto ensangüentado do um jovem coreano ou palestino, me sinto esmagado por tanques em Pequim, meu coração se estilhaça ao ver a família deitada para morrer de fome na Somália e minha mão começa a escrever coisas que não são minhas (as vezes coisas de mulher), meus olhos (de homem) choram lágrimas de outras dores. Quem sabe na evolução imensa, o ser universal de amanhã vença o homem particular que hoje sou."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Canta e Dança Mulher

Lembra mulher de quando teus pés
descalços pisavam na terra molhada,
depois da tempestade tão esperada...
Recorda quando teus ouvidos sabiam compreender
as mensagens que o vento
assoprava para o teu espírito...
Inspira fundo e sente o aroma daquela
época onde viveste próxima aos frutos e
às flores e tudo acontecia em tempo certo,
sem apressamentos...
Compreende que teu corpo e tua alma
obedeciam à voz da Grande Mãe, e tua
vida fluía plena de sabedoria, pois tu
representavas a Deusa, o sagrado
feminino, e de ti resplandecia toda a
generosidade...
Recorda que conhecias bem os mistérios
da lua, tua irmã, e te guiavas por
instintos e intuições, sonhavas com as
respostas e cheia de confiança em teu
coração guiava a tua vida e de tantos
outros por caminhos seguros...
Tua natureza, sempre disposta a dar vida
e dela cuidar, ligada por estreitos laços
aos ritmos e ciclos do universo, sabia
cantar e dançar, e assim espalhava
alegria pelo norte, pelo sul, pelo leste e
pelo oeste, sem perder o teu centro...
Rosa dos ventos e dos tempos, hoje
estás novamente aqui, mas não te
esqueça jamais de continuar a cumprir o
teu sagrado papel...
O Universo ainda carece do teu feminino...
Ah! Então canta e dança e o destino dos homens se cumprirá!
Autoria Desconhecida.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aspectos do Uno

"O Bem-aventurado Senhor disse: Meu querido Arjuna, ó filho de Prithá, olhe agora minhas opulências, centenas de milhares de formas divinas variadas, multicoloridas como o mar." (em Bhagavad-Gita)

No Egito O Uno era chamado de Amon-Rá (A luz oculta), Atum-Rá (A fonte e o fim de toda luz) ou simplesmente Rá (A luz de Deus). Os outros deuses eram manifestações de Rá em seus vários aspectos.
Há religiões que consideram estes aspectos de Deus diversas formas diferentes do Uno. Na Realidade, os aspectos não são formas diferentes de Deus, mas sim partes e parcelas de Deus. Deus é um, suas partes e parcelas que são muitas.

"É impossivel que alguém Lhe conceba ou que Dele pense. Ou pode alguém de lá se aproximar em direção ao exaltado, em direção ao preexistente no sentido próprio? Entretanto, todos os nomes concebidos ou pronunciados sobre Ele são apresentados em honra, como um traço dele, de acordo com a capacidade de cada um daqueles que o glorificam."(em O Tratado Tripartido)

"Assim como ele também não muda em [...], nem se volta [aos nomes] que [ele pensa], para se tornar agora isso, agora algo diferente, essa coisa agora sendo uma coisa e, outra hora algo diferente, mas sendo ele completo por si mesmo e ao máximo.
[Ele] é cada uma das Totalidades para sempre e ao mesmo tempo. Ele é o que todos elas são." (em O Tratado Tripartido)

"Todos os deuses são um deus
", disse ela, então como já dissera muitas vezes antes, e como eu repeti para muitas noviças inúmeras vezes, e como toda sacerditisa, depois de mim, há de dizer novamente, "e todas as deusas são uma deusa, e há apenas um iniciador. E a cada homem a sua verdade, e Deus com ela"." (em As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley)

domingo, 9 de novembro de 2008

Imanência de Deus

"- Você acredita em Deus? perguntou ela após algum tempo.
- Antes deduzi que ele existia. Mas fui além depois... O fato é que nesta minha vida assim de solidão, eu pensava ter escalado toda aquela escada de que fala Platão, você se lembra disso? No primeiro degrau, o simples amor pelas coisas terrenas, pelas belas coisas terrenas; progredindo, chega-se às belas formas, das belas formas ao belo proceder, do belo proceder ao belos princípios, dos belos princípios ao princípio último, que é o da beleza absoluta. Raciocinei: a beleza absoluta só pode ser Deus. - Calou-se. Acendeu um cigarro. - Como vê, tudo assim formal, calculado. Mas uma tarde, na chácara, eu olhava uma teia de aranha e então aconteceu isso: senti em redor a presença Dele. No céu, o sol lançava raios vermelhos e retos, iguais aos que as crianças traçam nos seus desenhos, iguais aos ingênuos resplendores dos santinhos de papel. Vi então que ele estava na tarde, no todo imenso e na parte ínfima: estava na luz do sol e na sombra rendada que a teia de aranha projetava no chão, estava nas folhas aos meus pés e estava naquele passarinho que passou como uma seta sobre minha cabeça. Quando respirei, era como se estivesse respirando Deus."
(em Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"misericordiosa execução"

Somália. As milícias Al-Shabab, ligadas à Al-Qaeda, conquistaram em Agosto a cidade portuária de Kismayo onde estão a impor a charia - lei islâmica - ao abrigo da qual realizaram a primeira execução pública em dois anos. A de Aisha Duhulow

Crime foi cometido por um grupo de 50 homens
Aisha tinha 13 anos, dizem uns, 23 anos afirmam outros, e foi lapidada - ou seja, apedrejada até à morte - no estádio de Kismayo, a cidade portuária somali agora sob controlo das milícias islâmicas Al-Shabab. Durante o assassínio de Aisha, um familiar seu e alguns espectadores tentaram socorrê-la, o que fez com que os milicianos disparassem contra a multidão, matando uma criança.

Os extremistas islâmicos, associados à Al-Qaeda, justificaram a "misericordiosa execução" alegando que Aisha Ibrahim Duhulow praticou adultério, um crime de honra punido com a morte. Mas a família de Aisha nega a acusação, afirmando que ela foi violada por três homens e que foi detida quando os denunciou em tribunal. Nenhum dos acusados foi detido, assim como também não consta que tenha havido o julgamento normal para o caso de adultério. Mas Aisha foi morta. E de forma extremamente violenta.
No estádio de Kismayo, onde se encontravam cerca de mil espectadores, revela o diário britânico The Guardian, foi aberto um buraco no chão onde colocaram Aisha que, manietada de pés e mãos, ainda tentava resistir aos seus verdugos. Um grupo de 50 homens atirou contra ela as pedras que, para o efeito, haviam sido trazidas para o estádio. Por três vezes, Aisha foi retirada do buraco e observada por enfermeiras que atestaram ela estar ainda viva. E o apedrejamento prosseguiu... até à morte.
in DN LUMENA RAPOSO

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu sou a natureza, Mãe de todas as coisas

Eu sou a Natureza, Mãe de todas as coisas, a senhora de todos os elementos, a primordial progênie dos séculos a suprema das divindades. A rainha dos mortos, a primeira das celestiais e a uniforme representante das Deusas e dos Deuses; Eu que governo com o meu aceno as alturas luminosas do céu, as suaves brisas do mar e os nefastos silêncios dos infernos, e cuja única divindade toda a humanidade venera debaixo de múltiplas formas, sob vários rituais e debaixo de muitos nomes, sou adorada em toda à parte. Cada nação tem o seu nome próprio para mim, vendo apenas um dos meus mitos, adorando-me com apenas um dos seus ritos. Na antiga Frígia sou Pessinuntica, mãe dos deuses; para os áticos autóctones, Minerva Cecrópia; os flutuantes cípricos me chamam Vênus Pafia; em Atenas, onde os homens nascem do próprio solo, sou Artémis; na ilha de Chipre sou a dourada Afrodite. Os arqueiros cretenses chamam-me Diana Dyctinna, os Sicilianos trilingues Proserpina, e os Eleusinos a intemporal Mãe dos cereais a Deusa Ceres. Uns chamam-me Juno, outros Bellona das batalhas outros Hecate ou Rhanumbia.
Pára, pois agora de chorar, pois vim ajudar-te: olhei lá de cima e vi as mágoas da tua vida e tive piedade dos teus infortúnios... Por isso seca as tuas lágrimas e rebate a tristeza. Tudo vai mudar em breve e sob a minha luz vigilante a tua vida será refeita, renovada.
Vim meu filho em resposta às tuas orações.

(Adaptação livre do texto d’ “O Burro de Ouro” de APULEIO)

O ensinamento da terra

"O ensinamento da Terra está pronto para se revelar a quem se lhe abre e neste momento é urgente que tentem compreender o seu real valor. É preciso redefinir o valor da Terra como vosso lar e se o fizerem ela sentirá isso e começará a transmitir os seus códigos e memória ancestral...

A Terra sente os vossos desejos e sentimentos. Ela conhece os seres humanos porque é uma entidade viva, biológica....

A vitalidade da Terra está à espera de ser descoberta por vocês. Ela pode dar-vos a maior abundância se compreenderam quem Ela é. Pode pensar-se nela como a DEUSA-MÃE - como um aspecto a existência, que os nutre alimenta e embala.

Ela é o vosso lar e a vossa mãe, a fonte de onde vieram.

TERRA - CHAVES PEIADIANAS PARA A BIBLIOTECA VIVA

Barbara Marciniak

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Beltane

Os sabás são antigos festivais religiosos que celebram a mudança das estações do ano. Os Sabás, também conhecidos como a "Grande Roda Solar do Ano" e "Mandala da Natureza", têm sido celebrados sob formas diferentes por quase todas as culturas no mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com freqüência na mitologia.

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. É o sabá da fertilidade, em que se celebra o casamento dos Deuses.

A palavra Beltane se origina dos termos galeses tan (fogo) e Bel (nome do deus sol dos galeses). Juntas, as duas palavras significam "fogo de Bel", ou então, mais poeticamente, "fogo no céu", o que é uma expressão que expressa maravilhosamente bem o espírito deste sabá. Beltane, ocorre no pico da Primavera. Marca o momento em que a Terra se aquece pelo calor do Sol e o Inverno é oficialmente deixado para trás.

Beltane
celebra o retorno do sol (ou Deus Sol) e marca a união da Deusa e do Deus representando a fertilidade dos animais e colheita.
É um festival da luz que simboliza a união entre as energias masculinas (o Senhor das Florestas) e femininas da terra (a Rainha da Primavera). A Deusa e o Deus estão em plena vitalidade e amam-se com toda a intensidade. Eles consumam seu amor, e sua paixão é evidente em toda a vida presente na natureza. É o momento de celebrar a vida em todas as formas e a fertilidade da terra.
Feliz Sabá a todos e a todas! Que a fertilidade da Deusa e do Deus inunde nossas vidas e nos traga muita prosperidade e amor!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Qual deusa te rege?

Como "deusa" é caracterizado um tipo complexo de personalidade feminina que reconhecemos intuitivamente em nós, nas mulheres a nossa volta e também nas imagens e ícones que estão em toda a nossa cultura. Segundo a teoria junquiana, as deusas são arquétipos, fontes derradeiras de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos, caracterizados e tipificados como puramente "femininos". Tudo que realizamos e gostamos, toda a paixão, desejo e sexualidade, tudo que nos impele à coesão social e à proximidade humana, assim como todos os impulsos, tipo absorver, reproduzir e destruir, são associados ao arquétipo universal feminino. Tais conceitos nos foram deixados como herança pelos gregos e todas as culturas antigas, que percebiam estas energias não como abstrações destituídas de alma, mas sim como forças espiritualmente vitais. Quando tais forças se manifestavam num certo comportamento ou experiência, o denominavam de "compulsão de deuses e deusas".


Quando o amor e a paixão aflorava auxiliado pela convulsão hormonal, os antigos se reportavam a história da bela Afrodite que transtornava o estado de espírito, o sono, os sonhos e a sanidade mental do apaixonado.
Na Grécia, as mulheres percebiam que uma vocação ou profissão as colocava sob o domínio de uma determinada deusa a elas veneravam. No íntimo das mulheres contemporâneas as deusas existem como arquétipos e podem cobrar seus direitos e reivindicar domínio sobre suas súditas. Mesmo sem saber a qual deusa está submissa, a mulher ainda assim deve dar sua submissão a um arquétipo determinado por uma época de sua vida ou por toda a existência. Jung chama o arquétipo das deusas de "Transformadoras", porque tendem a surgir em momentos de mudança em nossa vida, como na adolescência, casamento, morte de um ente querido, modificando totalmente nossos sentimentos, percepções e comportamentos. Uma vez que a mulher se torne consciente das forças que a influenciam, adquire total poder sobre este conhecimento. As deusas embora invisíveis, são poderosas e modelam e influenciam o comportamento e emoções. Quanto mais uma mulher souber sobre suas deusas dominantes, mais centrada ela se tornará, tendo o perfeito domínio sobre seus instintos, habilidades e possibilidades de encontrar um significado especial através das escolhas que fará.


Temos que ter em mente que, toda mulher tem dons concedidos pelas deusas, mas ela deve aprender a descobri-los e aceitá-los com gratidão. Mas toda mulher também tem deficiências concedidas pelas deusas que deve reconhecer e superar para que possa trilhar o caminho do auto-conhecimento e realização.
Muito embora as culturas guerreiras tenham dominado vasto período do história, o culto à Deusa Mãe sobreviveu e floresceu até a época dos romanos. Esta Grande Deusa era venerada como progenitora e destruidora da vida, responsável pela fertilidade e destrutibilidade da natureza. E, ainda hoje, Ela é percebida como um arquétipo no inconsciente coletivo.

As deusas diferem uma da outra.
Cada uma delas têm traços positivos e outros negativos. Seus mitos mostram o que é importante para elas e expressam por metáfora o que uma mulher que se assemelha a elas deve fazer. Todas estão presentes no interior de cada mulher.



(Rosa Leonor - Blog Mulheres & Deusas)

domingo, 26 de outubro de 2008

Ó Divina Mãe

Ó Divina Mãe, que toda a minha fala


e as minhas palavras vazias se tornem um mantra,


Que toda acção de minhas mãos seja mudrá,


Que tudo o que eu comer e beber


Seja uma oferenda a Ti.


Sempre que me deitar


que seja uma reverência diante de Ti,






Que todos os meus prazeres
sejam minha total dedicação a Ti,
Que tudo o que eu faça sirva de adoração a Ti.
Livro "Mantras - Palavras de Poder" de Swami Sivananda Radha
(Discípula de Swami Sivananda)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A insensibilidade oportunista


A INSENSIBILIDADE (E A BURRICE) DA PROPAGANDA CONTEMPORANEA.
(clique na imagem para amplia-la)


A mulher patriarcal, a mulher que só pode ser uma

"A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela nunca se torna ela mesma porque é proibido ela fazer tal." (Andrea Dworkin)




Logo no gênesis, de acordo com os Livros Sagrados judaicos, nos deparamos com a polarização – puta e sagrada, mal e bem – e a separação desses dois lados. Ou se está de um lado, ou de outro.
Nos deparamos com isso na criação do homem e da mulher, no inicio, Yahvé criou Adão e Lilith.





Lilith personifica a mulher rebelde, libertina e assassina. Em uma sociedade paternalista, Lilith é reprimida para dar lugar a Eva. Portanto, Eva representa a mulher moldada pelo homem. A Eva, como mulher, está totalmente alienada, não é nada mais do que a imagem castrada de Jeová e de Adão e não a imagem da parte feminina de Deus. Eva é uma mulher muda, a sombra de uma mulher, quase um fantasma.




Ou a mulher é intitulada “beata”, “pura”, “mãe” ou é intitulada “prostituta”, “piranha”. A mulher se encontra aprisionada nesses conceitos, quando a sua complexidade vai muito além deles.

Estou farta de um mundo apenas com Evas e Liliths! Onde estão as mulheres autênticas? Quando a mulher poderá apenas ser mulher?





“Mas ela não é só a Virgem Imaculada, a Mulher Vestida com o Sol; também é a Grande Prostituta, a mulher que se embriaga com o sangue dos santos. Ela a natureza, eternamente inviolada, a Isis Velada; e ela é a Natureza, freneticamente copulando com todas as suas criaturas, desavergonhada e abertamente. Se uma concepção não estiver unida a outra, o homem não compreenderá jamais a natureza de uma mulher.”(em ‘Comentários de Al’ por Therion)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Chandi

Chandi do Markandeya Purana

Ya devi sarvabhuteshu bhuddirupena sansthita

namastasyai namastasyai namastasyai namo namah

Ya devi sarvabhuteshu shaktirupena sansthita

namastasyai namastasyai namastasyai namo namah

Ya devi sarvabhuteshu matrirupena sansthita

namastasyai namastasyai namastasyai namo namah(Chandi, cap.V)

Esse Poder que é conhecido como Razão em todos os seres.

Esse Poder que existe em todos os seres como Energia.

Esse Poder que existe em todos os seres como Mãe.

Reverência a Ela, reverência a Ela, reverência a Ela, reverência, reverência. (Chandi, cap.V)



Glória à Mãe Divina

Devi Mahatmya (Glória à Deusa)

Brahmâ falou:
Tu és Svaha, tu és Svadha;
Tu és, na verdade, Vashatkara, tu tens o som como tua alma;
Tu és o néctar dos deuses, as duas letras eternas;
Tu existes tendo o matra tríplice como tua alma,
Tu existes em meio matra de duração e é entretanto eterna;
Em verdade, tu não podes ser proferida especificamente, tu és Savitri,
Tu és a Sublime Mãe Divina.

Por ti, na verdade, tudo é preservado,
por ti este mundo é criado,
por ti ele é protegido,
Ó Deusa, e tu sempre o consomes no final.
Em sua emanação, tu tomaste a forma da criação,
e protegendo-o, tu tens a forma da permanência,
e no final deste mundo, tu terás a forma da contração,
Ó tu que conténs o mundo!
Tu és o Grande Conhecimento, a Grande Ilusão,
o Grande Vigor, a Grande Memória, e a Grande Desilusão,
a Senhora, a Grande Deusa, a Grande Asuri (Demônio).

Tu és a fonte original do universo, a excitante causa de três qualidades;
tu és a Noite da destruição do mundo, a grande Noite e a Noite da desilusão, terrível!
Tu és o Bom Destino, tu és Rainha, tu és Modestia;
tu és Inteligência caracterizada pela percepção;
tu és Timidez, Alimento e Satisfação, Tranquilidade e também Paciência.
Tu és terrível, armada com espada, com lança, com clava e com disco, com concha, com arcos e tendo como armas flechas, fisgas e uma clava de ferro.
Tu és plácida, sim, mais que plácida, és transbordantemente bela àqueles que são completamente mansos;
tu estás, na verdade, além do mais alto e do mais baixo, Suprema Rainha!

E o que quer que algo seja ou onde esteja, se bom ou mau, tu és a Energia que a tudo possui,
Ó! tu que és a alma de tudo.
Posso eu louvar-te mais do que isto? Por ti, que assim é, aquele, que criou o mundo, que protege o mundo e que consome o mundo, é colocado sob o domínio do sono.
Quem aqui é capaz de louvar a ti? Uma vez que Vishnu, Eu e Shiva fomos feitos por ti para gerar corpos,
quem, então, pode ser tão poderoso para a ti louvar?
Sendo assim louvada, Ó Deusa! encantai estes irrefutáveis Asuras (demônios): Madhu e Kaitabha, com teus poderes exaltados e façais com que o Imortal Mestre do mundo seja trazido de volta à consciência
e com que ele eleve sua inteligência para aniquilar estes dois grandes Asuras!

(Devi Mahatmya, cap I, 72-87)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Como a espiritualidade feminista está transformando a Mulher



Uma Mulher Descobre a Adoração à Deusa

A luta de Peggy parecia interminável. Ela queria estar perto de Deus, mas raramente sentia sua presença. Ela queria que seu filho adolescente amasse a Deus, mas os pôsteres ocultistas no quarto dele tornaram-se lembretes diários das orações não respondidas. Ela se filiou a um ministério cristão, mas mesmo assim não conseguiu alcançar uma relação satisfatória com Deus. Após certo tempo, deixou o ministério para voltar à faculdade.

Peggy me procurou alguns anos mais tarde e me disse que começava a se encontrar. Sua busca a levou para além das vozes familiares que haviam dado "respostas convenientes" às suas questões espirituais. O Deus bíblico não parecia mais relevante ou benevolente. Uma professora da faculdade havia sido especialmente importante em sua jornada rumo ao autodescobrimento. Essa professora e conselheira chamava a si mesma de bruxa — alguém que acredita no poder de fórmulas e rituais mágicos para invocar o poder das forças espirituais.

Alguns anos se passaram. Quando me procurou novamente, ela havia se separado do marido e se mudado.

"- Precisava me encontrar. Minha jornada espiritual abriu meus olhos para todo um novo paradigma", explicou.

"- Um novo paradigma?"

"- Sim. Uma nova forma de ver Deus e a mim mesma — e tudo o mais. É como nascer de novo."

"- Quem é Jesus Cristo para você agora?", perguntei.

"- Ele é um símbolo de redenção. Não rejeitei a Bíblia, mas estou apenas tentando fazer minha experiência espiritual do meu jeito. Tenho de ouvir minha própria voz e não deixar que outra pessoa faça as escolhas por mim. Enquanto isso, estou disposta a viver em confusão e mistério, e sinto que estou nas mãos de Deus, independente de Deus ser ele, ou ela."



Esse é um trecho de um artigo evangélico denominado “Como a espiritualidade feminista está traindo a igreja (e traindo as mulheres que prometeu ajudar)”. O que me consola, foi o que achei aí: a transformação que a espiritualidade feminista está causando na Mulher, e de uma forma positiva.

Nesse mesmo artigo encontrei mais exemplos e mais críticas a mulheres que partiram para um auto-conhecimento e um desenvolvimento espiritual. E ainda me impressiona o egoísmo presente nessas críticas.

Bem, vai de cada um analisar de onde vem a traição.

Link para o artigo: http://www.espada.eti.br/n1645.asp

domingo, 14 de setembro de 2008

Zeus volta a ser adorado na Grécia

Levou mais de 1.600 anos, mas o antigo deus grego Zeus voltou a ser adorado, no melhor estilo pagão, por um pequeno grupo de fiéis, neste domingo, num antigo templo do coração de Atenas, na Grécia. Esta é a primeira cerimônia do tipo registrada no templo de 1.800 anos de Zeus Olí­mpico desde que a religião pagã foi proibida pelo Império Romano, no final do século IV.

Cerca de 200 pessoas participaram da cerimônia, organizada pela Ellinais, um grupo ateniense que luta para trazer de volta a velha religião. O grupo desafiou uma norma do Ministério da Cultura, que proibiu o acesso à Área, no centro de Atenas. Os adoradores, vestindo fantasias que evocam trajes do passado, recitaram hinos pedindo que Zeus, "rei dos deuses e movedor das coisas", trouxesse paz ao mundo.

"Nossa mensagem é de paz mundial e um modo de vida ecológico, no qual todos tem direito à educação", disse Kostas Stathopoulos, um dos três sacerdotes que supervisionaram o evento, uma celebração do casamento entre Zeus e Hera, a deusa do matrimônio. A Ellinais, que tem 34 membros registrados, já venceu uma batalha judicial para que a antiga religião grega fosse reconhecida pelo governo. Agora, o grupo quer que a sede seja declarada como local de culto - decisão que poderia permitir aos sacerdotes dos deuses antigos realizar casamentos e outros serviços.

fonte: http://iriscelta.multiply.com/journal

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Aviso da Lua que Menstrua

Moço, cuidado com ela!

Há que se ter cautela com essa gente que menstrua

Imagine uma cachoeira às avessas:

Cada ato que faz, o corpo confessa.

Cuidado, moço as vezes parece erva, parece hera

essa gente que se metamorfoseia

metade legível, metade sereia.

Barriga cresce, explode humanidades

E ainda volta pro lugar, aí é que está:

Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita

Sua Boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente

Que vai cair no mesmo planeta panela.

Cuidado com cada letra que manda para ela!

Ta acostumada a viver por dentro,

Transforma fato em elemento

A tudo refoga, ferve, frita

Ainda sangra tudo no próximo mês.

Cuidado, moço, quando ce pensa que escapou

É que chegou a sua vez!

Porque eu sou muito sua amiga

É que to te falando "na vera"

Conheço cada uma, além de ser uma delas.

Você que saiu da fresta dela

Delicada força quando volta a ela.

Não vá sem ser convidado

ou sem os devidos cortejos

As vezes pela ponte de um beijo

Já se alcança a "cidade secreta"

A Atlântica Perdida.

Outras vezes várias

metidas e mais se afasta dela.

Cuidado, moço, porque você ter uma cobra entre as pernas

Cai na contradição de ser displicente

Diante da própria serpente.

Ela é uma cobra de avental.

Não despreze a meditação doméstica.

Da poeira do cotidiano

Que a mulher extrai filosofia

Cozinhando, costurando

E você chega com a mão no bolso

Julgando a arte do almoço: Eca!

Você que não sabe onde está a sua cueca?

Há, meu cão desejado

Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir

Então esquece de saber e morder devagar

Esquece de saber curtir, dividir.

E aí quando quer agredir

Chama de vaca e galinha.

São duas dignas vizinhas do mundo daqui!

O que é que você tem pra falar de vaca?

O que você tem eu vou dizer e não se queixe:

VACA é sua mãe. De Leite.

Vaca e galinha

Ora, não ofende. Enaltece, elogia:

Comparando rainha com rainha

Óvulo, ovo e leite

Pensando que está agredindo

Que ta falando palavrão imundo.

Tá não homem,

Tá citando o principio do mundo.

(Luiza Lucinda)

domingo, 10 de agosto de 2008

Comentário de "Toda Mulher tem seu lado Lilith"

A vida é feita de momentos disse...

A toda mulher não basta possuir o lado lilith é preciso conhece-lo, entende-lo, ama-lo e saber usa-lo. Só assim, a mulher pode considerar-se mulher, pois de outra forma torna-se apenas mais uma costela.

Sábado, Agosto 09, 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Toda Mulher tem seu lado Lilith

Lilith é uma deusa do céu sumério-acadiana – “Lil” significava “ar” ou “tormenta” – que após o cativeiro judeu na Mesopotâmia, passou a ser retratada no Livro Sagrado judaico como um espírito noturno feminino, que dava a luz a demônios. Foi a primeira mulher de Adão, à quem não quis se subjugar e à quem muito enfurecida abandonou: "Porque teria que ficar debaixo de ti quando sou tua igual, já que ambos fomos criados do barro?". A partir daí é relatada como um espírito perverso, que oprime homens e estrangula bebês.

Lilith desobedece à supremacia de Adão, e também Eva – segunda esposa de Adão, vinda de parte do seu corpo – assumindo seu arquétipo Lilith, desobedeceria à proibição. Lilith, nada mais é, do que o lado sombrio de Eva, daí o porque das qualidades terríveis que são atribuídas a ela. Todo mal que lhe é atribuído está em sua desobediência, ao seu "não" a submissão.

Por sua rebeldia à condição imposta por Yahvé, a condição de inferior a Adão, Lilith foi considerada como um arquétipo de libertação e revolta, e até hoje permanece como símbolo de rebelião à repressão do feminino na psique da sociedade. Lilith é o arquétipo da mulher indomada, que luta apaixonadamente pelo poder pessoal. Suas características são o destemor, a força, o entusiasmo e o individualismo.

“Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência – e isso realmente é algo poderoso. A raiva é um dos meios inatos de que ela dispõe para começar a criar e a manter o equilíbrio que necessita, tudo o que ela realmente ama. É seu direito e, em certas horas e sob certas circunstâncias, é seu dever moral”.

“Para as mulheres isso significa que existe a hora para mostrar os dentes, para mostrar a poderosa capacidade de defender o seu território, para dizer “até aqui nem mais um passo, não passe a responsabilidade adiante, não se intrometa, tenho uma coisa a dizer, tudo isso vai decididamente mudar”.”
(em Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estes)

A MULHER PRECISA DE GRITAR A SUA FÚRIA PARA SE LIBERTAR DAS GRADES "MORAIS", SOCIAIS E RELIGIOSAS DO PATRIARCADO.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Natureza e Pandora

“[...] - Chama-me Natureza ou Pandora; sou tua mãe e tua inimiga.

Ao ouvir esta última palavra, recuei um pouco, tomado de susto. A figura soltou uma gargalhada, que produziu em torno de nós o efeito de um tufão; as plantas torceram-se e um longo gemido quebrou a mudez das coisas externas.

- Não te assustes - disse ela -, minha inimizade não mata; é sobretudo pela vida que se afirma. Vives: não quero outro flagelo.

- Vivo? - perguntei eu, enterrando as unhas nas mãos, como para certificar-me da existência.

- Sim, verme, tu vives. Não receies perder esse andrajo que é teu orgulho; provarás ainda, por algumas horas, o pão da dor e o vinho da miséria. Vives: agora mesmo que ensandeceste, vives; e, se a tua consciência reouver um instante de sagacidade, tu dirás que queres viver.


- Entendeste-me? - disse ela, no fim de algum tempo de minha contemplação.

- Não - respondi - nem quero entender-te; tu és absurda, tu és uma fábula. [...] Natureza tu? A Natureza que eu conheço é só mãe e não inimiga; não faz da vida um flagelo, nem, como tu, traz esse rosto indiferente, como o sepulcro. E por que Pandora?

- Porque levo na minha bolsa os bens e os males, e o maior de todos, a esperança, consolação dos homens. Tremes?

- Sim, o teu olhar fascina-me.

- Creio; eu não sou somente a vida; sou também a tua morte, e tu estás prestes a devolver-me o que te emprestei. Grande lascivo, espera-te a voluptuosidade do nada.
Quando esta palavra ecoou, como um trovão, naquele imenso vale, afigurou-se-me que
era o último som que chegava a meus ouvidos; pareceu-me sentir a decomposição súbita de
mim mesmo. Então, encarei-a com olhos súplices, e pedi mais alguns anos.
- Pobre minuto! exclamou. Para que queres tu mais alguns instantes de vida! Para devorar
e seres devorado depois! Não estás farto do espetáculo e da luta? Conheces de sobejo tudo o
que eu te deparei menos torpe ou menos aflitivo: o alvor do dia, a melancolia da tarde, a
quietação da noite, os aspectos da terra, o sono, enfim, o maior benefício das minhas mãos.
Que mais queres tu, sublime idiota?

- Viver somente, não te peço mais nada. Quem me pôs no coração este amor da vida, se
não tu? e, se eu amo a vida, por que te hás de golpear a ti mesma, matando-me?

- Porque já não preciso de ti. Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto
que vem. O minuto que vem é forte, jocundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e
perece como o outro, mas o tempo subsiste. Egoísmo, dizes tu? Sim, egoísmo, não tenho outra
lei. Egoísmo, conservação. A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve
viver
, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal. [...]"

(In Memórias Póstumas de Bras Cubas, Machado de Assis)

domingo, 6 de julho de 2008

O Uno

"Como se explica, em definitivo, o conjunto dos movimentos - o crescimento de uma planta, por exemplo - de que o mundo é teatro? Não se trata, de procurar um começo no tempo. O mundo é eterno. Não começou e nem terá fim. Mas isso não quer dizer que o conjunto de movimentos não tenha causa. Ao explicarmos as causas do movimento umas pelas outras, teremos que nos deter em alguma parte. Portanto, teremos que colocar um primeiro motor que move tudo e que não é movido por cousa alguma" (Aristóteles)


Essa "energia" impulsionadora deu origem ao Tudo e está presente em todo o universo. "Sou eu quem sou o tudo. De Mim que o tudo surgiu e para mim que o tudo se estende. Corta um pedaço de madeira, Eu estarei lá. Levanta uma pedra, e Me encontrarás lá. (O Evangelho Segundo Tomé)


Toda Criação é geração, e toda geração procede da união dos dois gêneros: feminino e masculino. E assim também o é com o/a Uno, que contem em Si o negativo e o positivo, o feminino e o masculino, o lunar e o solar, equilibrando o Yin e o Yang. Sendo completo. Essas energias são reconhecidas dentro de todo o mundo natural (material e espiritual) e são personificadas como a Deusa e o Deus.


"Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança." Assim como nós somos seres vivos conscientes e temos a nossa individualidade, a Suprema Energia Criadora também o é. E a realização de Sua personalidade é a realização de todos os aspectos transcendentais, ou seja, os aspectos divinos e os cristos.

Essa Energia é consciente, assim como o ser vivo, porém o ser vivo é consciente de seu corpo particular, enquanto a Energia é consciente de todos os corpos. Por viver no coração de todo ser vivo, é consciente de todos os movimentos psíquicos de cada alma, de cada ser. N'Ela existem todas os seres individuais, começando pelo primeiro grande mestre até as pequenas formigas. Em toda parte estãos Suas mão e pernas, Seus olhos, cabeças e rostos, e Ela tem ouvidos em toda parte. É deste modo que existe, penetrando tudo. Seu corpo é toda a natureza material. Ela é a fonte que origina todos os sentidos. Embora pareça que Ela se divida entre os seres, Ela nunca se divide. Está em constante transformação, mas nunca muda. E embora seja a mantenedora de toda a vida, devora e desenvolve tudo.

"Eu sou o sabor da água, a luz do sol e da lua, a sílaba dos mantras védicos; Eu sou a origem e o som no éter e a habilidade no homem. Eu sou a fragrância original da terra, e Eu sou o calor do fogo. Eu sou a vida de tudo que vive. Saiba que Eu sou a semente original de todos as existências, a inteligência dos inteligentes, e o poder de todos os homens poderosos." (Bhagavad-Gita)

domingo, 22 de junho de 2008

Ecofeminismo

O ecofeminismo vê a dominação ao qual a mulher foi sujeitada assim como outras raças (índios e negros) e seres mais fracos, paralelamente a dominação e usurpação da natureza e de suas riquezas. Uma vez que entre os povos primitivos, segundo alguns historiadores, sempre houve uma forte conexão entre a mulher e a natureza, através do culto ao feminino e a Terra em si como símbolo maior deste princípio.Esta visão sacralizada da natureza percebia o homem como parte dela e este em troca lhe tratava com respeito e cordialidade, com o carinho de um filho para com a sua mãe. Na medida em que a natureza foi perdendo este seu carácter sagrado paralelamente iniciou sua exploração.
Os valores patriarcais de dominação e centralização de poderes logo começaram a ser sentidos também pelas mulheres dando prosseguimento a mesma associação anterior, só que de forma diferente onde a mulher, assim como a natureza, tornou-se mera propriedade masculina. O actual resgate fruto da mudança de paradigma possibilita a homens e mulheres repensarem essa relação histórica entre si e com a Terra.
A recuperação do princípio feminino se baseia na amplitude. Consiste em recuperar na Natureza, a mulher, o homem e as formas criativas de ser e perceber. No que se refere à Natureza, supõe vê-la como um organismo vivo. Com relação à mulher, supõe considerá-la produtiva e ativa. E no que diz respeito ao homem, a recuperação do princípio feminino implica situar de novo a ação e a atividade em função de criar sociedades que promovam a vida e não a reduzam ou a ameacem. (Shiva, 1991, p.77 apud Siliprandi, 2000, p.65).

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O Grande Pã morreu


“Certos autores nos afiançam que, pouco antes da vitória do cristianismo, uma voz misteriosa corria pelas margens do mar Egeu, clamando:
- O Grande Pã morreu!
O antigo Deus universal da natureza se extinguira. Grande alegria. Imaginava-se que, morta a natureza, estava morta a tentação. Por tanto tempo atormentada, a alma humana ia enfim repousar.
Era simplesmente do fim do antigo culto, de sua derrota, do eclipse das velhas formas religiosas que se tratava? De maneira alguma. Consultando os primeiros monumentos cristãos, encontramos em cada linha a esperança de que a natureza fosse desaparecer e a vida, extinguir-se; aproximava-se, enfim, o fim do mundo. Estão liquidados os deuses da vida, que haviam prolongado por tanto tempo sua ilusão. Tudo cai, desmorona, deteriora. O tudo torna-se o nada:
- O Grande Pã morreu!” (A Feiticeira, de Michelet)

Não era nenhuma novidade que os deuses tivessem de morrer. Muitos cultos antigos se fundam precisamente na idéia da morte dos deuses. Osíris morre, Adônis morre e também Jesus teve que morrer. Mas nos Mistérios Antigos, os deuses ressuscitam e renascem, ainda mais fortes do que quando se foram.
No Mitos, o Grande Deus, personificado pelo sol, morria, se sacrificando, doando assim a sua energia para a Grande Deusa, que está grávida, e com o nascimento da criança a terra se torna fértil novamente. A Deusa é personificada pela lua, e assim como no Mitos, é quando o sol morre, que a lua se torna mais forte.
Com a ascensão do Cristianismo, a Velha Religião foi morta, e o mundo testemunha o sepultamento dos velhos costumes; o prazer passou a ser visto como pecado e a mulher como porta para o inferno. Osíris foi assassinado por aquele que deveria ser seu irmão, e Seth reina durante a sua passagem pela terra dos mortos. A deusa é reconhecida como a Isis Negra.
Antes do filho do pássaro nascer e voar precisa forçar a casca do ovo que o aprisiona. O ovo é destruído, mas um novo mundo se abre diante dos olhos do filhote. A terra está grávida e um novo mundo deverá nascer, a sua dor e o “sacrifício” dos deuses antigos a fortificam, a força já foi doada. E é com toda essa força que a Deusa trabalha. Pã, os instintos e a sabedoria da carne, aguardam o seu nascimento, a Deusa está ceifando e arando a terra, no submundo, a semente aguarda.

terça-feira, 3 de junho de 2008

"Nenhum homem aceita ser deixado por uma Mulher no Iraque"

Leila Hussein viu o marido asfixiar e apunhalar a própria filha de 17 anos há cerca de um mês e meio. O homem decidira que a jovem merecia morrer porque tinha desonrado a família ao falar em público com um soldado britânico em Baçorá. Incapaz de suportar a dor de dormir na mesma cama com o assassino da filha, Leila deixou Abdel-Qader Ali, não sem antes ser espancada e deixada com um dos braços partido. Fugiu e recebeu apoio de organizações não governamentais que fazem campanha contra os crimes de honra. Esperava encontrar-se com um contacto que a iria ajudar a viajar para a capital da Jordânia, Amã, a 17 de Maio. O encontro nunca aconteceu. Leila foi atingida com três tiros, disparados por desconhecidos, e morreu no hospital apesar das tentativas que foram feitas para a manter viva. "Nenhum homem aceita ser deixado por uma mulher no Iraque. Mas eu preferia ser morta durante o sono do que dormir na mesma cama com um homem que foi capaz de fazer o que ele fez à minha filha" , disse Leila ao Observer, em Abril, o mesmo jornal britânico que ontem avançou com a notícia da sua morte. Quando decidiu pedir refúgio junto da organização em causa, Leila, de 41 anos, começou a receber ameaças de morte e bilhetes que lhe chamavam prostituta. Até os filhos, Hassan e Haydar, de 23 e 21 anos de idade, respectivamente, a abandonaram completamente.
Quanto ao marido, esse, continua em liberdade e, diz o semanário, até foi felicitado pela polícia por ter zelado pela honra da sua família.
(...)Apesar do trabalho das activistas dos direitos das mulheres ser inaceitável na sociedade iraquiana, havendo registo de pelo menos duas mortes, em Fevereiro de 2006, os relatos de Mariam e Faisal, que ficaram apenas feridas, apontam no sentido de uma execução de Leila. "Quando estavam a disparar, concentravam-se nela e não em nós." (...)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

A Purificação da Terra

"Com grande ira se retorce a Serpente".
Desastres naturais estão acontecendo por todo o mundo. Todos vimos o ciclone em Mianmar ou o terremoto na China, que deixaram milhares de mortos pelo caminho. A terra nos está mandando seus sinais, as profecias já estão começando a se cumprir.
Estamos no portal de um novo mundo, e para que o novo nasça, é necessário que o velho seja destruído. A Deusa ressurgiu para reclamar seu trono, Ela reinará pela justiça e pela fraternidade. Mas antes, Ela purificará a Terra, a sacudindo em sua poderosa dança.

"Como Sekhmet Ela transformará a terra, e como Hathor a governará".

Sekhmet é a deusa egípcia que representa o aspecto destruidor da Grande Deusa, e Háthor é a deusa do amor. Sekhmet purificará a terra com sua sede de sangue, rasgando com suas garras de leoa o mundo que conhecemos hoje.
Não nos enquadramos no nível em que a Deusa elevará a terra, e a menos que nos tornemos grandes, a menos que nossa consciencia cresça, seremos varridos para fora desse novo mundo. As mulheres precisam se lembrar do que é ser mulher e os homens precisam se arrepender do cárcere imposto ao feminino. Precisamos honrar a natureza e dar as glórias a Deusa, negligenciada durante tanto tempo.

"Para Evitar o Desastre, a mulher tem de novo reencarnar a Deusa na terra, de recuperar colectivamente a memória de quem é, de reaprender a arte de curar, de se assumir de novo como Guardiã do Grande Útero ferido que é a terra, dando as mãos entre si para a tratar. Restituindo-lhe a capacidade de criar." (Em Os Portais do Tempo de Antonia de Souza)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Luta Feminista e Libertação Animal

"Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens." (Alice Walker, escritora africana)


Semelhanças entre luta feminista e libertação animal:

• ambos movimentos são tidos como irrelevantes;
• ambos são invisibilizados;
• ambas causas são motivo de piada;
• ambas causas são acusadas de exageradas;
• ativistas de ambas as causas são chamados de histéricos, neuróticos, radicais, ingênuos;
• ambas as causas são menosprezadas;
•ambas as causas são desmoralizadas, sob argumentos que visam privilegiar causas androcêntricas ("o problema das crianças da áfrica morrendo de fome é mais dramático que o problema dos animais/mulheres!" como se a causa desse problema não fosse justamente a sociedade patriarcal...).










A mulher não é a única vitima da opressão do patriarcado, aí também se enquadram os negros, os espíritas, os homossexuais, a natureza e principalmente os animais, grandes vítimas da crueldade e do egocentrismo do homem. O patriarcado está baseado na vitimização e exploração dos considerados "mais fracos", causando um verdadeiro desequilíbrio ao planeta, o que provoca distúrbios como terremotos, maremotos, grandes tempestades, e outros desastres naturais .

"...O patriarcado degrada a existência humana, desserve à natureza, compromete as espécies, ameaça a Terra..." (Comunidade Abaixo o Patriarcado)


A Mulher só se libertará quando modificar totalmente ou destruir todo o sistema (modo de produção, conceitos morais, entre outros) em que a atual sociedade está atolada. Precisamos cavar fundo e buscar novamente a ligação com a natureza, uma aliança negligenciada e enterrada num passado remoto. Sem essa chave estaremos condenados e talvez, em algum tempo extintos, provando mais uma vez a simples Lei do Retorno.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Estamos no Portal de um Novo Tempo

As profecias falam de um Mundo Novo que nascerá das cinzas do velho.
O caos é o princípio de algo novo.

Vivemos dias de purificação para entrar na época da libertação espiritual.

Na Nova Era a humanidade fará descobertas incríveis sobre os astros, sobre a ciência e a consciência humana.

Haverão sinais no Sol, na Lua e nas Estrelas.

Serão sinais de Boas Novas. Apocalipse significa revelação.

Todas as religiões guardam os segredos de Deus. Jesus Cristo, Buda, Krishna, Lao Tsé, Maomé, Shiva , Davi, Moisés e outros, foram os defensores desses segredos.

Quando a humanidade retornar à espiritualidade, os segredos serão revelados e os antigos Iluminados do Mundo, se manifestarão, agradecendo a raça humana pela obra.

A obra já está acontecendo por todas as partes.

Você pode acreditar e se engajar, ou pagar para ver.

Haverão seres humanos vivendo um nível de consciência mais alto do que os demais.

A Nova Era permitirá que o Espírito Interior se expresse por si mesmo, e que cada alma procure o seu próprio nível.

Nova Consciência – Nova Era, Nova Humanidade, Novo Mundo, Novo Horizonte, Novo Homem.

texto completo em:

terça-feira, 6 de maio de 2008

A Mulher Patriarcal

“A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela
se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela
nunca se torna ela mesma porque é proibido ela fazer tal”.
(Dworkin)

“Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa era obrigada a ser feliz. Então era.” (Clarisse Lispector)

“Toda a mulher que luta por uma mudança é sempre punida e esse é, efectivamente, o mundo real que descrevo”. (Paulina Chiziane, escritora moçambicana.)

“Numa sociedade Patriarcal todo intercurso é estupro porque mulheres, como um grupo, não são fortes o suficiente pra dar a isso consentimento significativo”. (Daphne Pattai)

“A Mulher, a Mulher autêntica, reintegrada a sua plenitude e poder, faz medo a esses sub-produtos que são os homens numa sociedade paternalista.” (Jean Markale, escritor e historiador francês)

"A opressão sobre as mulheres ainda persiste, e por vezes são as próprias mulheres que tornam o mundo ainda mais difícil para as outras mulheres. Mas este fenómeno tende a desaparecer, à medida que essas mulheres opressoras conquistem a sua auto-estima. Do lado oposto a esta selva nasce um dia novo e gloriosos na terra, o dia em que as nossas filhas deixarão de ser julgadas pelas suas paixões ou postas de lado porque terão poder, força e amor." (Marianne Willamson - 1993)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Manifesto Anarca Feminista

Anarca feminismo tem como princípio a oposição ao patriarcado, ou seja, a dominação do homem sobre a mulher. Consequentemente, anarca feminismo se opõe a hierarquia e a qualquer forma de autoritarismo, seja ele estado, igreja ou família. O que diferencia anarca feministas de anarquistas e feministas? Nem todas anarquistas são feministas. Essas acreditam que a liberação da mulher virá após a revolução da classe trabalhadora. Feministas não são anarca feministas. Estas, por sua vez, lutam por direitos dentro de uma sociedade opressora e autoritária onde a desigualdade entre individuos continua a prevalecer. Entretanto, ambas feministas e principalmente anarquistas tem potencial para a liberação da mulher, mas o processo a qual ambas lutam para alcançar a autonomia feminina, minimizam esse potencial. No caso das anarquistas, postergando a revolução feminista a fim de conquistar a abolição das classes. Não há abolição de classes sem abolição do patriarcado, pois isso mantém homens e mulheres em situações distinctas. Já o Movimento feminista atual, alcançará apenas paliativos em sua luta, como vem alcançando (se não dizer direitos ilusórios, como o direito ao voto por exemplo). Pois muitas de suas conquistas são privilégios consedidos pelo opressor, por exemplo Estado. Essas “conquistas” dão autonomia ao opressor para controla-las e não as liberam do mal que as mantém submissas.O movimento anarca feminista não luta por direitos iguais entre homens e mulheres dentro da atual organização social que vivemos, como as feministas. As anarca feministas lutam por uma nova ordem social, sem hierarquia, propriedade, autoritarismo e lucro como as anarquistas, porém uma nova sociedade sem patriarcado e exploração da mulher.A lição que aprendemos de nossos pais depois professores, chefes e Deus é obedecer a grande voz anonima da autoridade. Crescemos incapazes de questionar ou mesmo raciocinarmos claramente. Acreditando em tudo que nós é imposto. (Kornegger, P.). Acabar com esse processo continuo de submissão e construir uma sociedade livre de exploração do trabalho da mulher (e de homens também) é o objetivo do movimento anarca feminista. E o anarquismo oferece as armas para a transformação social que o movimento anarca feminista almeja. Dai o nome do movimento e a importancia da conecção entre anarquismo e feminismo.
de Fabiana Cruz

sábado, 3 de maio de 2008

Vida de Gado

"Vocês que fazem parte dessa massa


Que passa nos projetos do futuro


É duro tanto ter que caminhar


E dar muito mais do que receber..."







Quem não conhece a canção “Admirável Gado Novo” de Zé Ramalho, que compara a vida dos moradores do sertão à vida do gado, que é criado apenas para consumo.
Todos nos sensibilizamos com a fome e com a miséria que assombra o nosso mundo globalizado e capitalista, espalhando mortes cruéis ao longo do globo, vitimas do descaso dos ditos países de primeiro mundo.






Todos achamos cruel a vida de homens e mulheres comparada a vida do gado, mas ninguém se questiona também pela vida do gado ser como é. A Crueldade com os animais na sociedade é algo tão comum quanto o total descaso com os países mais pobres.




“Em 1998, uma investigação secreta em uma fazenda-fábrica de porcos descobriu que os funcionários estavam espancando uma porca com bastões, tentando matá-la soltando um paralelepípedo em sua cabeça várias vezes, e então tirando sua pele ainda viva.”




Não devemos nos revoltar com um dos problemas e fechar os olhos a outros, a causa da maioria dos problemas mundiais é uma só: A Desvalorização da Vida. A Revolução do Sistema Mundial deve favorecer a todos, lutando por educação, saneamento básico e alimento para todos, pela libertação social das mulheres, pela libertação animal, e outras necessidades. Nos novos tempos que se aproximam, a vida será nosso maior bem individual.

“Seja a mudança que você quer no mundo” (Gandhi)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Magna Mater

"A diferença é maior do que pensava. Até mesmo aqueles que trabalham a terra, quando são cristãos, adotam um modo de vida que está muito distanciado desta terra; dizem que seu deus lhes deu o domínio sobre todos as coisas que crescem e sobre todos os animais dos campos. Ao passo que nós, moradores dos montes e pântanos, florestas e campos distantes, sabemos que não é nosso o domínio da natureza, mas sim ela que nos domina, desde o momento em que a luxúria se agita nas virilhas de nossos pais e o desejo no ventre de nossas mães para nos gerarem, sob o domínio dela, até nosso crescimento nesse ventre e nosso nascimento no devido tempo, mesmo a vida das plantas e animais que tem de ser sacrificados para nos alimentarem, vestirem e dar-nos forças para vivermos... Tudo isso está sob o domínio da Deusa que se faz sentir, dela que não é apenas a Senhora Verde da terra frutífera, mas também a Senhora Negra da semente oculta sob a neve, do corvo e do gavião que trazem a morte aos vagarosos, e dos vermes que trabalham em segredo para destruírem aquilo que já cumpriu seu tempo, até mesmo Nossa Senhora da ruína e destruição e morte, no fim..."

em As Brumas de Avalon, A Grande Rainha, de Marion Z. Bradley



Na nossa sociedade, é muito comum a mentalidade de que a terra nos pertence, tanto pela sociedade cristã - Deus deu o domínio sobre a terra e seus animais ao homem - quanto pela sociedade patriarcal e burguesa que vê em a terra simplesmente como bem material. As pessoas não reparam que, na verdade, nós apenas jogamos, quem dita as regras é Ela.

Nós, como mulheres e homens da nova era que se aproxima, devemos honrar a terra e a todos os seres que nela vivem. Devemos resgatar em nossa consciência a sacralidade da Deusa.



“Ouça Seu canto, pois Ela canta em tudo que Há”.

Mensagem de Lívia, Sacerdotisa de Ártemis, 200 A.C.

Mensagem de Livia, última sacerdotisa sagrada de Ártemis, Éfeso, 200 anos antes da Era Cristã:

"Amazonas dos tempos futuros, me escutem. Eu envio estas palavras aos ventos do tempo, pelo fogo do meu espírito e urgências do meu diamante que me dizem que minha última lua está sobre mim agora. Pelo final da minha vida, eu não sinto uma perda. O nascimento, a vida, a morte, são todos uma só coisa na sabedoria Dela. Mas a verdade de nossos ancestrais e os caminhos sagrados estão agora perdidos para aqueles que seguem. Em breve, não restará ninguém para lamentar.Ouçam minhas palavras, Irmãs! Eu sou Lívia, amante e seguidora de Ártemis. Eu falo para vocês como a Sagrada sacerdotisa de Ártemis. Ártemis é Aquela que nos ensina os sagrados caminhos das mulheres e da vida desde antes de existir a memória. Eu lhes envio a nossa história, silenciada com meu último suspiro... só para vocês que podem me ouvir agora. O pesar deste relato agora me traz aqui sozinha a esta floresta sagrada. Raiva e tristeza me trazem aos meus joelhos aqui no escuro, ao lado do rio... Deixem o poder do que lhes envio agora cercar de força e verdade seus corações, que batem do lado distante dos Tempos de Escuridão. Esta é a penosa mensagem, de como nossa história e nossa cultura foram roubadas de nós através da ganância, da corrupção e dos abusos de poder. A Deusa se move para nos chamar, pois apenas através de Sua sabedoria minhas palavras podem alcançar vocês. Ela me instrui através deste encantamento a enviar estas palavras pra atingir vocês, Amazonas, que renasceram ao final dos Tempos de Escuridão. Nós, que temos sido mantenedoras dos limiares antigos e profundos; limiares do nascimento e da morte em Seu nome, chamamos vocês.
Quando vocês ouvirem minhas palavras, o templo haverá permanecido por muito tempo em Éfeso, imensidões de colunas de pedra, um poderoso tributo a Ártemis. Enquanto falo estas palavras, o templo está agora no planejamento. Porém, quando esta maravilha estiver completa, a sacerdotisa sagrada de Ártemis já terá ido embora. Ouçam-me! Assistam como o templo de pedra por si mesmo é um testemunho de nossa violação e de nossa perda! Os entalhes exteriores do templo não são de Ártemis e de suas amadas Amazonas, mas do herói masculino dos iônicos Androkles. Os entalhes não foram feitos por artesãs da Sacerdotisa, mas recortados por trabalhadores masculinos das pedreiras, trazidos de Roma. Dentro do templo, apesar do tabu da entrada dos homens que leva a uma punição de morte pela lei de Ártemis, estarão estátuas douradas do Imperador Romano e outros Romanos que através da riqueza compraram o direito ao sacerdócio. A ira ruge dentro de mim, mas a vingança não é para ser minha. Ela é a medida do julgamento e é quem estabelece os limites para todas as coisas, incluindo a duração de minha vida. As Amazonas há muito deixaram Éfeso e cavalgaram para o Norte, prestando atenção às terríveis visões de nossas irmãs sobre os tempos de escuridão que viriam. Profundamente lamentados foram os avisos sobre o nosso futuro. Mas quem pode dizer que compreende a sabedoria Dela? O bom e o mau são a mesma coisa para Ela, é apenas devido à nossa compreensão limitada que nós sofremos assim. Irmãs no futuro! Ouçam minhas palavras! Ouçam e pressintam com os vossos corações! No tempo certo, a Nação Amazona será relembrada. Procurem pelos caminhos Dela na floresta. Procurem por nós ali. Lembrem-se! Por Ártemis..."

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ela vem!

É cada vez maior o número de mulheres e homens que se reúnem para cultuar a Grande Mãe. O culto à Deusa se espalha, discretamente, pelos quatro cantos do mundo, enchendo nossos corações de esperança... Esperança de que a terra ouça nosso apelo e nosso sincero pedido de perdão. Perdão por negligenciá-La por séculos e por não ouvir Sua voz. Perdão por aceitar ficar por baixo e não nos levantarmos em luta. Perdão.
"Que os homens se arrependam e que as mulheres se lembrem."


É urgente e necessário nos tormarmos conscientes do Seu chamado. A Deusa se ergue mais uma vez e seus sinais já estão na terra. Os ventos se revoltaram e a terra está se sacudindo por sua força. Ela vem, Píton renascida, Ela vem do lugar de onde Apolo e o patriarcado a encarceraram! Ela vem para imperar!