sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Beltane

Os sabás são antigos festivais religiosos que celebram a mudança das estações do ano. Os Sabás, também conhecidos como a "Grande Roda Solar do Ano" e "Mandala da Natureza", têm sido celebrados sob formas diferentes por quase todas as culturas no mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com freqüência na mitologia.

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. É o sabá da fertilidade, em que se celebra o casamento dos Deuses.

A palavra Beltane se origina dos termos galeses tan (fogo) e Bel (nome do deus sol dos galeses). Juntas, as duas palavras significam "fogo de Bel", ou então, mais poeticamente, "fogo no céu", o que é uma expressão que expressa maravilhosamente bem o espírito deste sabá. Beltane, ocorre no pico da Primavera. Marca o momento em que a Terra se aquece pelo calor do Sol e o Inverno é oficialmente deixado para trás.

Beltane
celebra o retorno do sol (ou Deus Sol) e marca a união da Deusa e do Deus representando a fertilidade dos animais e colheita.
É um festival da luz que simboliza a união entre as energias masculinas (o Senhor das Florestas) e femininas da terra (a Rainha da Primavera). A Deusa e o Deus estão em plena vitalidade e amam-se com toda a intensidade. Eles consumam seu amor, e sua paixão é evidente em toda a vida presente na natureza. É o momento de celebrar a vida em todas as formas e a fertilidade da terra.
Feliz Sabá a todos e a todas! Que a fertilidade da Deusa e do Deus inunde nossas vidas e nos traga muita prosperidade e amor!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Qual deusa te rege?

Como "deusa" é caracterizado um tipo complexo de personalidade feminina que reconhecemos intuitivamente em nós, nas mulheres a nossa volta e também nas imagens e ícones que estão em toda a nossa cultura. Segundo a teoria junquiana, as deusas são arquétipos, fontes derradeiras de padrões emocionais que fluem de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos, caracterizados e tipificados como puramente "femininos". Tudo que realizamos e gostamos, toda a paixão, desejo e sexualidade, tudo que nos impele à coesão social e à proximidade humana, assim como todos os impulsos, tipo absorver, reproduzir e destruir, são associados ao arquétipo universal feminino. Tais conceitos nos foram deixados como herança pelos gregos e todas as culturas antigas, que percebiam estas energias não como abstrações destituídas de alma, mas sim como forças espiritualmente vitais. Quando tais forças se manifestavam num certo comportamento ou experiência, o denominavam de "compulsão de deuses e deusas".


Quando o amor e a paixão aflorava auxiliado pela convulsão hormonal, os antigos se reportavam a história da bela Afrodite que transtornava o estado de espírito, o sono, os sonhos e a sanidade mental do apaixonado.
Na Grécia, as mulheres percebiam que uma vocação ou profissão as colocava sob o domínio de uma determinada deusa a elas veneravam. No íntimo das mulheres contemporâneas as deusas existem como arquétipos e podem cobrar seus direitos e reivindicar domínio sobre suas súditas. Mesmo sem saber a qual deusa está submissa, a mulher ainda assim deve dar sua submissão a um arquétipo determinado por uma época de sua vida ou por toda a existência. Jung chama o arquétipo das deusas de "Transformadoras", porque tendem a surgir em momentos de mudança em nossa vida, como na adolescência, casamento, morte de um ente querido, modificando totalmente nossos sentimentos, percepções e comportamentos. Uma vez que a mulher se torne consciente das forças que a influenciam, adquire total poder sobre este conhecimento. As deusas embora invisíveis, são poderosas e modelam e influenciam o comportamento e emoções. Quanto mais uma mulher souber sobre suas deusas dominantes, mais centrada ela se tornará, tendo o perfeito domínio sobre seus instintos, habilidades e possibilidades de encontrar um significado especial através das escolhas que fará.


Temos que ter em mente que, toda mulher tem dons concedidos pelas deusas, mas ela deve aprender a descobri-los e aceitá-los com gratidão. Mas toda mulher também tem deficiências concedidas pelas deusas que deve reconhecer e superar para que possa trilhar o caminho do auto-conhecimento e realização.
Muito embora as culturas guerreiras tenham dominado vasto período do história, o culto à Deusa Mãe sobreviveu e floresceu até a época dos romanos. Esta Grande Deusa era venerada como progenitora e destruidora da vida, responsável pela fertilidade e destrutibilidade da natureza. E, ainda hoje, Ela é percebida como um arquétipo no inconsciente coletivo.

As deusas diferem uma da outra.
Cada uma delas têm traços positivos e outros negativos. Seus mitos mostram o que é importante para elas e expressam por metáfora o que uma mulher que se assemelha a elas deve fazer. Todas estão presentes no interior de cada mulher.



(Rosa Leonor - Blog Mulheres & Deusas)

domingo, 26 de outubro de 2008

Ó Divina Mãe

Ó Divina Mãe, que toda a minha fala


e as minhas palavras vazias se tornem um mantra,


Que toda acção de minhas mãos seja mudrá,


Que tudo o que eu comer e beber


Seja uma oferenda a Ti.


Sempre que me deitar


que seja uma reverência diante de Ti,






Que todos os meus prazeres
sejam minha total dedicação a Ti,
Que tudo o que eu faça sirva de adoração a Ti.
Livro "Mantras - Palavras de Poder" de Swami Sivananda Radha
(Discípula de Swami Sivananda)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A insensibilidade oportunista


A INSENSIBILIDADE (E A BURRICE) DA PROPAGANDA CONTEMPORANEA.
(clique na imagem para amplia-la)


A mulher patriarcal, a mulher que só pode ser uma

"A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela nunca se torna ela mesma porque é proibido ela fazer tal." (Andrea Dworkin)




Logo no gênesis, de acordo com os Livros Sagrados judaicos, nos deparamos com a polarização – puta e sagrada, mal e bem – e a separação desses dois lados. Ou se está de um lado, ou de outro.
Nos deparamos com isso na criação do homem e da mulher, no inicio, Yahvé criou Adão e Lilith.





Lilith personifica a mulher rebelde, libertina e assassina. Em uma sociedade paternalista, Lilith é reprimida para dar lugar a Eva. Portanto, Eva representa a mulher moldada pelo homem. A Eva, como mulher, está totalmente alienada, não é nada mais do que a imagem castrada de Jeová e de Adão e não a imagem da parte feminina de Deus. Eva é uma mulher muda, a sombra de uma mulher, quase um fantasma.




Ou a mulher é intitulada “beata”, “pura”, “mãe” ou é intitulada “prostituta”, “piranha”. A mulher se encontra aprisionada nesses conceitos, quando a sua complexidade vai muito além deles.

Estou farta de um mundo apenas com Evas e Liliths! Onde estão as mulheres autênticas? Quando a mulher poderá apenas ser mulher?





“Mas ela não é só a Virgem Imaculada, a Mulher Vestida com o Sol; também é a Grande Prostituta, a mulher que se embriaga com o sangue dos santos. Ela a natureza, eternamente inviolada, a Isis Velada; e ela é a Natureza, freneticamente copulando com todas as suas criaturas, desavergonhada e abertamente. Se uma concepção não estiver unida a outra, o homem não compreenderá jamais a natureza de uma mulher.”(em ‘Comentários de Al’ por Therion)