quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Eu aprendi na Natureza,
Somos todos parte de uma coisa só.
Que Bicho Estranho que o homem é,
Passa a vida inteira sem saber quem ele é.

Que Bicho Estranho que o homem é,

Passa a vida inteira sem saber o que ele quer."
(Homem do Brasil)

domingo, 26 de setembro de 2010

Por Mim, Por Nós e Pelas Outras

Um Não a Violência contra a Mulher.
“No Brasil, as agressões contra as mulheres ocorrem a cada 15 segundos e os companheiros são responsáveis por quase 70% dos assassinatos do sexo feminino.”

A aprovação da Lei Maria da Penha foi um avanço ao tornar crime a violência contra as mulheres. Entretanto, não haverá segurança de fato, enquanto prevalecer a cultura que legitima o poder do homem sobre a mulher, em relações hierarquizadas nas quais é frequente o uso da violência, por parte dos homens, para impor sua vontade.
No primeiro semestre de 2010 foram noticiados vários casos no Estado do Rio de Janeiro, sendo o mais recente o desaparecimento de Eliza Samudio, 25 anos, ex-namorada que vinha tentando provar que o goleiro do Flamengo, Bruno, era pai de seu filho.
Em outubro do ano passado, Eliza Samudio apresentou queixa contra Bruno na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, por sequestro, ameaça e agressão. Em seu depoimento afirmou que Bruno e dois amigos a obrigaram a ingerir remédios abortivos e que o goleiro fez ameaças com uma arma apontada para sua cabeça.
Na ocasião, o laudo do Instituto Médico Legal apontou "vestígios de agressão". A delegada Maria Aparecida Mallet chegou a pedir medidas protetivas que impediam Bruno de aproximar-se mais do que 300 metros com relação a Samudio e sua família.
As providências tomadas pela vítima, não foram suficientes para proteger sua vida, e Samudio encontra-se desaparecida há mais de 3 semanas. A notícia vem dominando a imprensa.

Entretanto, outros casos de violência praticada por companheiros contra mulheres vêm à tona ao mesmo tempo:

Orestina Soares, de 53 anos, foi morta a pedradas por seu namorado em Duque de Caxias;

Antônia Eliane Farias, em novembro do ano passado, foi torturada por seu ex-marido com mais de 30 facadas pelo corpo e em conseqüência está obrigada a usar próteses e caminhar com a ajuda de muletas;

Dayana Alves da Silva, 24 anos, morreu após dois meses de internação, em conseqüência de queimaduras provocadas por seu ex-marido enquanto trabalhava, no Engenho de Dentro. Esta jovem já havia registrado três ocorrências contra o ex-marido em uma DEAM, inclusive no dia anterior ao crime, sem que qualquer providência fosse tomada.


Temos acompanhado estarrecidas o caso ocorrido em São Paulo, do desaparecimento e assassinato de Mércia Nakashima, em que o principal suspeito é seu ex-namorado.

Em Lauro de Freitas, Bahia, no dia 17 de abril, Mônica Peixinho, 28 anos, foi encontrada morta com um tiro na nuca. O principal suspeito do assassinato é seu companheiro, que continua solto.

Estes e tantos outros casos de violência contra mulheres Brasil a fora, que na maior parte das vezes não são noticiados pela grande imprensa, atestam que a segurança para nós mulheres, depende da aplicação da Lei Maria da Penha sem exceções. Atestam também que esta indigna realidade não mudará enquanto persistir a impunidade dos criminosos e a banalização desses eventos; enquanto não houver acesso a profissionais capacitadas (os) para um atendimento digno e eficiente para as vítimas que chegam às DEAMS com sua denúncia, reunindo uma coragem que muitas vezes lhes falta; enquanto o Estado não for capaz de garantir a segurança das mulheres que tentam romper o ciclo de violência.
No Brasil, torna-se imperativo que as medidas protetivas sejam efetivamente implementadas. As mulheres têm o direito de contar com a proteção da Polícia, e com o acompanhamento jurídico e psicológico por parte do Estado. Faz-se urgente a criação dos Juizados Especiais de Violência Doméstica e Intrafamiliar como ferramenta essencial para coibir estes casos. Estas são medidas previstas na Lei Maria da Penha, que não estão sendo implementadas.

É tempo de questionar a cultura e os valores, cotidianamente ensinados em nossa sociedade, de que os corpos e as vidas das mulheres possam estar ‘a disposição de homens, sejam estes pais, padrastos, amantes, namorados, amigos, companheiros...


Até quando nossa sociedade aceitará essas injustificáveis violências, agressões, torturas e mortes de mulheres? Até quando permitiremos que o relacionamento amoroso seja usado como justificativa para manter posse, poder e domínio sobre as mulheres?

Uma velha frase feminista infelizmente não perdeu sua atualidade: QUEM AMA NÃO MATA!

Em nossa sociedade está provado: O MACHISMO MATA!!!

Por isso devemos nos unir e espalhar por todos os cantos deste país: Basta de machismo! Basta de violência! Basta de mortes!!

POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS: NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera!




Ostara é o primeiro dia da Primavera, marca a volta do Sol e uma época do ano em que dia e noite tem a mesma duração depois do inverno. É o despertar da Terra com sentimentos de equilíbrio e renovação, basicamente um Festival Solar. Na agricultura, sinaliza o tempo em que as sementes sao plantadas e começam o seu processo de crescimento.


É tido como um momento de uniao e amor entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois é um período de igualdade e equilibrio entre as forcas da Natureza. Em Ostara o Deus (Sol) cresceu, tornando-se um jovem adulto. Ele esta passando pela puberdade e suas forcas sao refletidas na vitalidade e no crescimento das plantas. Ele esta crecendo novamente. Com a vitalidade Dele vem o calor da Primavera e o futuro plantio das futuras colheitas. A Deusa nao e tida mais como a Mae nutridora, mas como uma bonita Virgem da Primavera. Assim como em relacao a Natureza esse e o momento de plantar, essa tambem e hora de cultivarmos nossas "sementes" (metas e objetivos). E o periodo de celebrar as mudancas de nosso corpo, pois nessa estacao do ano ficamos mais ativos, dormimos menos, comemos menos e gastamos mais tempo ao ar livre. É a época de começar a plantar, época do amor, de promessas e de decisões, pois a Terra e a natureza despertam para uma nova vida.

Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equinócio da Primavera foi cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa (em inglês "Easter", nome derivado da deidade saxônica da fertilidade, Eostre) só recebeu oficialmente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.

Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase da "gravidez" da Deusa Tríplice, atravessando a estação fértil.) A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. O coelho era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.

(Adaptação)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Homens Trans

Homem em obras

Neste mês em que o Conselho Federal de Medicina liberou as cirurgias de extirpação de útero, ovários e seios, dois transexuais concordam em dar as caras e sair à luz do dia

Leticia Moreira/Folhapress

"Sou um homem que nasceu com defeito no órgão genital", define João Vitor Gonçalves dos Santos, 25. O "defeito", segundo ele, é ter vindo ao mundo com vagina, útero e ovários -por isso, recebeu o nome de Josiane. Na adolescência, como acontece com qualquer menina, cresceram-lhe também os seios.
Agora, o rapaz terá mais chances de "corrigir" o corpo que tem, e que nunca aceitou. Desde o início de setembro, transexuais como ele já podem extirpar -em hospitais públicos ou privados- útero, ovários e mamas.
Também podem se submeter a tratamentos hormonais que estimulam o surgimento de caracteres masculinos, como a voz grossa e barba.
Antes, os procedimentos eram considerados "experimentais" e só eram feitos nos poucos hospitais que se submetem aos restritivos protocolos da pesquisa científica.
Segundo a nova resolução do Conselho Federal de Medicina, ainda se considera "experimental" a cirurgia chamada "neofaloplastia", que consiste em criar um pênis a partir de pele retirada de outras partes do corpo.
Mas já é um avanço imenso. "Depois que eu retirar os peitos, poderei vestir camiseta sem manga, em vez de viver me escondendo por baixo de camadas e mais camadas de camisas e casacos", diz João Vitor, vozeirão de homem muito macho.
O depoimento dele e mostra que outro tipo de sexualidade resolveu sair do armário da clandestinidade no Brasil.
Porque, se gays, lésbicas e robertas close já viraram arroz de festa, transexuais masculinos (que nasceram mulheres) pareciam quase uma quimera. Não são.


Depoimento de João Vitor Gonçalves dos Santos, 25, nascido Josiane. Profissão: chapeiro em uma lanchonete. Vive em Tramandaí, a 120 km de Porto Alegre:

"Desde criança, eu sempre me senti homem. Vestia vestidos e coisas femininas por imposição familiar, mas odiava. A partir dos 12 anos, começou a minha virada. Com 15, me assumi. Contei pra todo mundo que gostava de mulher e cortei os cabelos. Bem curtinhos.
Meu pai é pedreiro, a mãe é do lar. Tenho duas irmãs mais velhas e um irmão mais novo. Na família, não tem nenhum caso como eu.
Na escola, eu era muito solitário. O pessoal sempre me excluía dos trabalhos em equipe porque eu era diferente. Até que a diretora da escola percebeu a situação e colocou minha irmã na mesma turma, para que a gente fizesse os trabalhos juntos.
Com 19 anos, me apaixonei por uma menina e comecei a namorar.
Sempre gostei de ser o máximo de homem possível. Eu não gosto de ser chamado de lésbica. Sinto-me totalmente homem -como um homem que nasceu com um defeito nos órgãos genitais, só isso.
Penso como um homem. O homem assume a família -toda a autoridade e a responsabilidade pela casa são do homem. Eu sou assim. É meio ultrapassado isso, mas é assim que é. Independência financeira, trabalhar, sustentar os filhos, são coisas de homem com as quais me identifico.
Até mesmo quanto à preferência por objetos e esportes, me sinto homem. Mulher em geral não gosta de futebol. Gosta de moda, de glamour, vaidade excessiva. Sempre gostei de futebol, de carros. Sou Colorado.
Eu gosto de estar bem vestido, mas como homem. Estou sempre com os cabelos bem cortados, bem aparados. Sempre limpo e asseado. Eu me policio bastante por essa forma de pensar -sei que é um jeito machista de ver as coisas. Mas eu aprendi a pensar desse jeito com meu pai e com meus primos.
Desde criança, eu sempre tive nojo de ter o órgão sexual que tenho. Mas eu não sabia que era possível mudar isso. Não sabia das cirurgias. Quando eu soube, quis.
Meu corpo era normal. Eu ficava menstruad... tinha funções normais. O formato do meu corpo nunca foi lá muito feminino, porque desde cedo eu jogava bola, fazia muito esporte. Meu corpo sempre foi muito forte.
Com 22 anos, procurei o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que é um hospital público, e comecei a fazer um tratamento hormonal e psiquiátrico, além de consultar urologistas.
Voz, pelos, músculos -tudo mudou depois do início do tratamento hormonal.
Minha primeira namorada achava que o caso comigo era um caso entre duas mulheres. Quando resolvi mudar de sexo, tive de enfrentar a situação sozinho.
Foi uma felicidade encontrar tantas pessoas como eu. Antes de saber que era possível, eu era uma pessoa depressiva. Ficar a vida inteira com aquele corpo era um terror para mim.
Vi que eu estava no caminho certo. Era incrível. Clareou a minha vida. Deu uma outra motivação.
Ainda não fiz nenhuma operação. Estava aguardando a autorização. Ainda tenho peitos, vagina. Não fico mais menstruad... -parou quando comecei o tratamento hormonal. Minha vida sexual já melhorou demais. Agora sou mais confiante.
Não tenho dúvida nenhuma de que quero tirar peito, ovário e útero,
No trabalho, no início, só quem sabia da minha condição era o meu chefe. Porque eu tenho vergonha e queria evitar piadinhas de mau gosto. Mas depois, a notícia se espalhou. Mesmo assim, o pessoal me respeita.
É que não há como dizer que eu seja uma mulher. As pessoas não acham nem traço de feminilidade em mim. Então não há como me tratar com preconceito. O preconceito deixou de existir.
Muitas lésbicas me criticam porque acham que eu não me assumo; outras me veem como concorrente. Mas eu me sinto como um homem heterossexual. Prefiro mulheres e femininas. Sou extremamente hétero nessa parte.
Os médicos não têm comprensão do sofrimento de gente como eu. Agora, chega o verão, o pessoal quer mostrar o corpo. E eu, que vivo a poucas quadras da praia, tenho de me esconder. É o meu período de hibernação. Tenho de colocar três ou quatro camisetas para esconder o volume dos seios. O verão é a pior estação para mim."

Frases

"Sempre tive nojo desse órgão sexual, quero tirar tudo"

"Eu não gosto de ser chamado de lésbica. Sinto-me totalmente homem -como um homem que nasceu com um defeito nos órgãos genitais, só isso"

"Agora, chega o verão, o pessoal quer mostrar o corpo. Eu, que vivo a poucas quadras da praia, tenho de me esconder. É o meu período de hibernação"
Mudança de sexo pode levar mais de dois anos
O procedimento até a cirurgia de redesignação sexual é longo, e obedece os critérios estabelecidos pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).
O interessado em se submeter à mudança deve ser maior de 21 anos e precisa ter sido diagnosticado como transexual por uma equipe de psicólogos e psiquiatras.
Insatisfação duradoura com o próprio sexo e o desejo expresso de eliminar os genitais são questões avaliadas pela equipe por, pelo menos, dois anos.
Então o tratamento hormonal -testosterona no caso das mulheres- tem início e, em meses produz os primeiros efeitos: crescimento da barba, engrossamento da voz e aumento do tamanho do clitóris.
Se quiser, o paciente pode ainda se submeter à mastectomia (retirada das mamas) e realizar operações para eliminar útero, trompas, ovário e vagina.
Mas para o urologista Carlos Cury, especialista em cirurgias de transgenitalização, boa parte já se satisfaz em retirar os seios:
"Isso já causa um impacto emocional, esses pacientes têm uma necessidade muito grande de se mostrar como homens."
A neofaloplastia (realizada pelo alongamento do clitóris ou da construção de um pênis na musculatura do antebraço da pessoa) é experimental.
A Organização Mundial da Saúde considera a transexualidade um distúrbio, e é essa caracterização que facilita o acesso à cirurgia, lembra Alexandre Saadeh, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
"O SUS só paga a cirurgia porque esse fenômeno é considerado um transtorno. Se não fosse, essas operações seriam tidas como meramente estéticas."
FONTE: http://sergyovitro.blogspot.com/2010/09/homem-em-obras.html?spref=tw

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Perversão,
A única forma de vir-a-ser.
Perverter para transcender.

Amor vindo-a-ser Poder
Poder vindo-a-ser Amor.

Adriana Calcanhotto se une CIVILMENTE a Suzane Moraes, porque CASAMENTO não é um direito LGBT no Brasil

ou
União Civil x União Estável

A cantora Adriana Calcanhoto está oficialmente junto com a cineasta Suzana de Moraes, filha do músico Vinicius de Moraes. Segundo o jornal “O Dia” de quarta-feira dia 8, Adriana e Suzana já moravam sob o mesmo teto, mas agora declararam a união civil na justiça, já que o casamento entre homossexuais não é reconhecido.

Para celebrar o evento, as duas fizeram uma festa para amigos e familiares na segunda-feira (6).

Duas mulheres de sucesso profissional, famosas, bonitas, inteligentes e sensíveis se encontraram há um bom tempo (Suzana já dirigiu Calcanhoto há muitos anos atrás) e se uniram. Formaram um indiscutível casal lindo, mas diferente dos demais casais, não puderem exercer o direito ao casamento.

A notícia extraída da mídia faz menção à declaração da união na justiça, sugerindo que foi ajuizada uma ação de declaração de união estável, entretanto, não é pouco comum o equívoco da imprensa, considerando o registro em cartório da união civil como se fosse uma ação declaratória da união estável em juízo. Os efeitos da união civil e da união estável são absolutamente diferentes.

No entanto, considerando que a matéria jornalista está absolutamente correta e Adriana Calcanhoto e Suzana de Moraes realmente ingressaram na justiça para ver declarada a ‘união estável’, garantindo bem mais direitos que a ‘união civil’ somente registrado em cartório, cumpre esclarecer a todos que, ainda assim, entre a união estável e o casamento civil possui um verdadeiro abismo que os distanciam, em direitos e reconhecimentos legais.

Então, faz diferença, união estável declarada e reconhecida na justiça para casamento civil? Pode não fazer para o amor que as uniu, mas para os direitos delas, enquanto casal, faz sim, muita diferença.Acontece que os efeitos jurídicos do casamento são diferentes daqueles previstos para as uniões informais. Há vários indicadores na lei civil de que união estável e casamento não se equivalem.
A primeira delas, afeta a dignidade da pessoa e atinge moralmente a parceria de forma moral: a união estável não confere estado civil de “casada”, obrigando que nos documentos públicos as companheiras se declarem “solteiras”. Besteira? Não considero. Moralmente é uma repugnante afronta, que nos golpeia na dignidade pessoal.Mas outras distinções não se restringem a esfera moral. Enquanto o casamento possui um regime de bens a ser escolhido pelas companheiras, na união estável aplicam-se as regras, até onde couber, do regime da comunhão parcial de bens.
Outra sensível diferença se mostra no campo da prova da existência da união: enquanto o casamento se materializa numa certidão, capaz de provar por si só a existência do vínculo, resta àqueles que constituíram união estável, muitas vezes, provar através da declaração, por sentença, a sua condição de companheiro, após a morte do outro.As diferenças não cessam por aqui.
Pelo vigente Código Civil, a maior desproporção quanto aos efeitos entre casamento e união estável reside no direito sucessório.Veja-se primeiramente as disposições quanto aos direitos sucessórios no casamento: excluindo-se o regime da separação bens obrigatória, em todos os demais, inclusive no regime da separação absoluta de bens o cônjuge será herdeiro quanto aos bens que compõem o patrimônio particular do cônjuge falecido.Entenda-se: bens particulares são aqueles adquiridos antes do casamento e supervenientes por doação ou herança. Além de ser herdeiro legal, o cônjuge é também herdeiro necessário (aquele a quem a lei assegura uma cota de bens, não podendo ser preterido na transmissão da herança), concorrendo com os descendentes e ascendentes do cônjuge falecido, figurando nas três classes sucessórias de maior relevância.Conta, ainda, o cônjuge com o direito real de habitação em caráter vitalício, quanto ao imóvel pertencente ao falecido cônjuge, assegurando-lhe permanência no imóvel em que residia o casal (não mais restrito ao estado de viuvez, mas enquanto viver, independentemente de constituir outra união).
Nada disto ocorre na união estável. O diploma civil determina que o companheiro participe apenas quanto aos bens adquiridos a título oneroso durante a convivência. É o que determina a letra da lei.Seria uma espécie de meação, já que são aplicadas as regras do regime da comunhão parcial de bens: o que significa dizer que terá metade do patrimônio adquirido durante a união estável. Em relação à esfera de bens particulares, o companheiro não terá direito, ficando apenas para descendentes do falecido ou, na ausência destes, para seus ascendentes. É o entendimento de grande parte da doutrina.
Quem constituiu uma união estável, prioriza a relação informal, decide por uma união cujos efeitos não geram direitos sucessórios ao companheiro quanto à esfera de bens particulares, segundo dicção do art. 1790 do vigente código.Contrair casamento e constituir união estável são situações diferentes do ponto de vista da própria natureza e requisitos das espécies de união e, principalmente, no que tange à produção de efeitos jurídicos post mortem.A lei oferece dois institutos (casamento e união estável) com efeitos distintos exatamente para que as pessoas elejam o que melhor lhes convêm. Mas ambos no Brasil, discriminatoriamente, não são destinados e nem possíveis para os homossexuais, que devem se contentar com a “união civil registrada em cartório”.
Como todos sabem, o Governador Sergio Cabral do Rio de Janeiro e a Procuradoria Geral da República ingressaram com ações judiciais no Supremo Tribunal Federal para verem reconhecido na justiça, ao menos, o direito de casais homossexuais a ‘união estável’ (ainda sem expresso reconhecimento legal na lei)No caso das meninas, parece que obtiveram direito a esta declaração da união estável na justiça. Apenas, MENOS PIOR!A união civil confere menos direitos que a união estável que, por sua vez, possui efeitos e direitos bem menores que o casamento civil.
No Brasil, apenas heterossexuais possuem o direito de escolher se desejam optar pela união estável ou o casamento. Significa dizer, a vontade dos heterossexuais é respeitada, eles podem escolher se querem atribuir ao companheiro os direitos que a lei confere ao cônjuge, contraindo núpcias e conferindo todos os efeitos sociais e sucessórios inerentes à condição de cônjuge, desde que o queiram. Ou decidir pela união estável, com seus efeitos legais, próprios desse instituto.Casais homossexuais, não podem se casar, e se quiserem a união estável, tem que LUTAR na justiça para TENTAR verem reconhecidas sua união na justiça e concederem alguns direitos aos seus respectivos companheiros.
Fontes:http://www.abril.com.br/entretenimento/noticias/adriana-calcanhotto-oficializa-uniao-filha-vinicius-moraes-594473.shtml
www.pgj.ce.gov.br

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


"Depois da dor vem o saber,
Do saber, surge o crescimento.
O crescimento nos leva a transformação,

Da transformação emana o poder."

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

“- Um homem de conhecimento é aquele que seguiu honestamente as dificuldades de aprendizagem – disse ele. – Um homem que, sem hesitar, foi tão longe quanto pôde para desvendar os segredos de poder e da sabedoria.

- Qualquer pessoa pode ser um homem de conhecimento?

- Não, não qualquer pessoa.

- Então, o que é preciso fazer pra se tornar um homem de conhecimento?

- O homem tem de desafiar e vencer seus quatro inimigos naturais.

- Então, qualquer pessoa que conseguir vencer esses inimigos pode ser um homem de conhecimento?

- Qualquer pessoa que os vencer torna-se um homem de conhecimento.”

“- Quando um homem começa a aprender, ele nunca sabe muito claramente quais são seus objetivos. Seu propósito é falho, sua intenção, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarão, pois não conhece nada da dificuldade da aprendizagem.

Devagar ele começa a aprender... A principio, pouco a pouco, e depois em porções grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca é o que ele imaginava, de modo que começa a ter medo. Aprender nunca é o que se espera. Cada passo da aprendizagem é uma nova tarefa, e o medo que o homem cresce começa a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu propósito torna-se um campo de batalha.

E assim ele se depara com o primeiro de seus inimigos naturais: o medo! Um inimigo terrível, traiçoeiro, e difícil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando à espreita. E se o homem, apavorado com a sua presença, foge, seu inimigo terá posto fim a sua busca.

- O que acontece com o homem se ele fugir com medo?

- Nada lhe acontece, a não ser que nunca aprenderá. Nunca se tornará um homem de conhecimento. Talvez se torne um tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma será um homem vencido. Seu primeiro inimigo terá posto fim aos seus desejos.

- E o que ele pode fazer para vencer o medo?

- A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo, plenamente, e no entanto não deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recua. O homem começa a se sentir seguro de si. Seu propósito orna-se mais forte. Aprender não é mais uma tarefa aterradora. Quando chega esse momento feliz, o homem pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.

- Isso acontece de uma vez, Dom Juan, ou acontece aos poucos?

- Acontece aos poucos, e no entanto o medo é vencido de repente e depressa.

- Mas o homem não terá medo outra vez, se lhe acontecer alguma coisa nova?

- Não. Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque, em vez do medo, ele adquiriu clareza... Uma clareza de espírito que apaga o medo. Então, o homem já conhece os seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta.”

( in Erva do Diabo, Carlos Castañeda)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Círculos de Mulheres

“Círculos de Mulheres podem ser vistos como um movimento evolucionário e revolucionário que está escondido por trás de uma imagem aparente : parece ser apenas um grupo de mulheres reunidas, mas cada mulher e cada Círculo está contribuindo para algo muito maior.”
Jean Shinoda Bolen em O Milionésimo Círculo

"Você deve ter notado que tudo que um indígena faz é em círculo. Isso acontece porque todo Poder do Mundo sempre trabalha em círculo e tudo tenta ser redondo... O céu é redondo e eu ouvi dizer que a Terra é redonda como uma bola e também as estrelas. O vento, no momento de seu maior poder, gira. Os pássaros fazem seus ninhos circulares, pois eles têm a mesma crença que nós... mesmo as estações formam um grande círculo de mudanças que sempre retornam ao seu início. A vida de um homem é um círculo que vai de infância a infância e assim é em tudo onde o poder atua."

Black Elk, Homem Santo dos Oglala Sioux