segunda-feira, 14 de abril de 2008

Magna Mater

"A diferença é maior do que pensava. Até mesmo aqueles que trabalham a terra, quando são cristãos, adotam um modo de vida que está muito distanciado desta terra; dizem que seu deus lhes deu o domínio sobre todos as coisas que crescem e sobre todos os animais dos campos. Ao passo que nós, moradores dos montes e pântanos, florestas e campos distantes, sabemos que não é nosso o domínio da natureza, mas sim ela que nos domina, desde o momento em que a luxúria se agita nas virilhas de nossos pais e o desejo no ventre de nossas mães para nos gerarem, sob o domínio dela, até nosso crescimento nesse ventre e nosso nascimento no devido tempo, mesmo a vida das plantas e animais que tem de ser sacrificados para nos alimentarem, vestirem e dar-nos forças para vivermos... Tudo isso está sob o domínio da Deusa que se faz sentir, dela que não é apenas a Senhora Verde da terra frutífera, mas também a Senhora Negra da semente oculta sob a neve, do corvo e do gavião que trazem a morte aos vagarosos, e dos vermes que trabalham em segredo para destruírem aquilo que já cumpriu seu tempo, até mesmo Nossa Senhora da ruína e destruição e morte, no fim..."

em As Brumas de Avalon, A Grande Rainha, de Marion Z. Bradley



Na nossa sociedade, é muito comum a mentalidade de que a terra nos pertence, tanto pela sociedade cristã - Deus deu o domínio sobre a terra e seus animais ao homem - quanto pela sociedade patriarcal e burguesa que vê em a terra simplesmente como bem material. As pessoas não reparam que, na verdade, nós apenas jogamos, quem dita as regras é Ela.

Nós, como mulheres e homens da nova era que se aproxima, devemos honrar a terra e a todos os seres que nela vivem. Devemos resgatar em nossa consciência a sacralidade da Deusa.



“Ouça Seu canto, pois Ela canta em tudo que Há”.

Mensagem de Lívia, Sacerdotisa de Ártemis, 200 A.C.

Mensagem de Livia, última sacerdotisa sagrada de Ártemis, Éfeso, 200 anos antes da Era Cristã:

"Amazonas dos tempos futuros, me escutem. Eu envio estas palavras aos ventos do tempo, pelo fogo do meu espírito e urgências do meu diamante que me dizem que minha última lua está sobre mim agora. Pelo final da minha vida, eu não sinto uma perda. O nascimento, a vida, a morte, são todos uma só coisa na sabedoria Dela. Mas a verdade de nossos ancestrais e os caminhos sagrados estão agora perdidos para aqueles que seguem. Em breve, não restará ninguém para lamentar.Ouçam minhas palavras, Irmãs! Eu sou Lívia, amante e seguidora de Ártemis. Eu falo para vocês como a Sagrada sacerdotisa de Ártemis. Ártemis é Aquela que nos ensina os sagrados caminhos das mulheres e da vida desde antes de existir a memória. Eu lhes envio a nossa história, silenciada com meu último suspiro... só para vocês que podem me ouvir agora. O pesar deste relato agora me traz aqui sozinha a esta floresta sagrada. Raiva e tristeza me trazem aos meus joelhos aqui no escuro, ao lado do rio... Deixem o poder do que lhes envio agora cercar de força e verdade seus corações, que batem do lado distante dos Tempos de Escuridão. Esta é a penosa mensagem, de como nossa história e nossa cultura foram roubadas de nós através da ganância, da corrupção e dos abusos de poder. A Deusa se move para nos chamar, pois apenas através de Sua sabedoria minhas palavras podem alcançar vocês. Ela me instrui através deste encantamento a enviar estas palavras pra atingir vocês, Amazonas, que renasceram ao final dos Tempos de Escuridão. Nós, que temos sido mantenedoras dos limiares antigos e profundos; limiares do nascimento e da morte em Seu nome, chamamos vocês.
Quando vocês ouvirem minhas palavras, o templo haverá permanecido por muito tempo em Éfeso, imensidões de colunas de pedra, um poderoso tributo a Ártemis. Enquanto falo estas palavras, o templo está agora no planejamento. Porém, quando esta maravilha estiver completa, a sacerdotisa sagrada de Ártemis já terá ido embora. Ouçam-me! Assistam como o templo de pedra por si mesmo é um testemunho de nossa violação e de nossa perda! Os entalhes exteriores do templo não são de Ártemis e de suas amadas Amazonas, mas do herói masculino dos iônicos Androkles. Os entalhes não foram feitos por artesãs da Sacerdotisa, mas recortados por trabalhadores masculinos das pedreiras, trazidos de Roma. Dentro do templo, apesar do tabu da entrada dos homens que leva a uma punição de morte pela lei de Ártemis, estarão estátuas douradas do Imperador Romano e outros Romanos que através da riqueza compraram o direito ao sacerdócio. A ira ruge dentro de mim, mas a vingança não é para ser minha. Ela é a medida do julgamento e é quem estabelece os limites para todas as coisas, incluindo a duração de minha vida. As Amazonas há muito deixaram Éfeso e cavalgaram para o Norte, prestando atenção às terríveis visões de nossas irmãs sobre os tempos de escuridão que viriam. Profundamente lamentados foram os avisos sobre o nosso futuro. Mas quem pode dizer que compreende a sabedoria Dela? O bom e o mau são a mesma coisa para Ela, é apenas devido à nossa compreensão limitada que nós sofremos assim. Irmãs no futuro! Ouçam minhas palavras! Ouçam e pressintam com os vossos corações! No tempo certo, a Nação Amazona será relembrada. Procurem pelos caminhos Dela na floresta. Procurem por nós ali. Lembrem-se! Por Ártemis..."

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ela vem!

É cada vez maior o número de mulheres e homens que se reúnem para cultuar a Grande Mãe. O culto à Deusa se espalha, discretamente, pelos quatro cantos do mundo, enchendo nossos corações de esperança... Esperança de que a terra ouça nosso apelo e nosso sincero pedido de perdão. Perdão por negligenciá-La por séculos e por não ouvir Sua voz. Perdão por aceitar ficar por baixo e não nos levantarmos em luta. Perdão.
"Que os homens se arrependam e que as mulheres se lembrem."


É urgente e necessário nos tormarmos conscientes do Seu chamado. A Deusa se ergue mais uma vez e seus sinais já estão na terra. Os ventos se revoltaram e a terra está se sacudindo por sua força. Ela vem, Píton renascida, Ela vem do lugar de onde Apolo e o patriarcado a encarceraram! Ela vem para imperar!