terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Só há equilíbrio no desequilíbrio


"Para o ser humano, o equilíbrio interno não é um dado fixo. Nem se trata de uma abstração ou de conceituação de um estado ideal. O equilíbrio é algo que a todo instante precisa ser reconquistado. Trata-se de um processo vivido, um processo contínuo onde as coisas se propõem a partir de uma experiência e onde, ao se reorganizarem os termos da experiência, já se parte para uma outra experiência, mais ampla. No fluir da vida, nos sucessivos eventos externos e internos que nos mobilizam, cada movimento de estabilidade é imediatamente questionado. Cada situação que se vive, cada ação física ou psíquica, cada emoção e cada pensamento desequilibra algum estado anterior. Introduz um fato novo, acrescenta uma medida de movimento. Desdobra algo, e nos desdobra em algo também. Obriga-nos a procurar outro momento ou novo plano de vivência e ação em que o acréscimo de movimento possa ser compensado e contrabalançado. Viver, para nós, torna-se um incessante ter-que-desequilibrar-se a fim de alcançar algum tipo de equilíbrio dentro de si.

Esses desequilíbrios em busca do equilíbrio são inevitáveis. São da essência do viver. São do nosso crescimento e desenvolvimento. Integram o conteúdo de nossas experiências, de nossas motivações e de nossas possibilidades reais. Traduzem para nós a presença vária de forças desiguais e intercorrentes em nós, de princípios talvez de oposição, originando ímpetos vitais que nos impulsionam a agir, a superar obstáculos, a compreender e a criar."

OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Imago Editora. 1977, p. 99

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


"Ao falar dos panteões dos deuses, fizemos notar que cada deus ou deusa representa um princípio espiritual ou uma força da natureza, com apenas uma exceção, o deus sacrificado, que representa a alma do iniciado, do qual também é o grande iniciador.
O panteão pode ser encarado de dois pontos de vista: o externo e o interno. Pode ser discernido na natureza ou na alma humana. Em seu aspecto final, ambos são um. É este o objetivo do trabalho dos Mistérios." 

(autoria desconhecida até este momento)