quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Beijo de oficiais lésbicas da Marinha americana marca direitos gays no país

Marinheiros sorteiam oficial para desembarcar primeiro e beijar amado(a).
Base naval da Virgínia foi palco de 1º beijo gay na tradição militar do país.
Uma oficial da Marinha americana que voltou à terra firme nesta quarta-feira (21) após 80 dias no mar foi recebida com um beijo que significou um marco na batalha pelos direitos de homossexuais nos Estados Unidos.


Tradicionalmente, os marinheiros fazem um sorteio para escolher um oficial que tem alguém lhe esperando em terra para descer primeiro do navio e ser recebido com um beijo apaixonado. A oficial de 2ª classe Marissa Gaeta foi sorteada ao chegar na base naval de Virginia Beach, na Virginia, e desembarcou para dar um beijo em sua namorada, a também oficial da Marinha Citlalic Snell.

Foi a primeira vez registrada em que o sorteio escolheu um oficial abertamente homossexual. Em junho deste ano, o presidente Barack Obama assinou o fim da lei de 1994 que impedia que soldados abertamente homossexuais servissem às Forças Armadas do país, após receber a aprovação do Pentágono.

FONTE: G1

domingo, 18 de dezembro de 2011

"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito, ou seja, é preferível o erro à omissão, o fracasso ao tédio, o escândalo ao vazio.

Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.

Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute.

Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido, tendo consciência de que cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.

Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar, sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra."

Nizan Guanaes

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Solte o cabelo! Prendam os racistas!


Solte o cabelo! Prendam os racistas !


 "Meu cabelo é crespo! Meu cabelo é livre! Abaixo o racismo!"


A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário acusa seus superiores de perseguição e racismo. Conforme Boletim de Ocorrência registrado no dia 24 de novembro, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo, ela teria sido forçada a alisar o cabelo para manter a “boa aparência”. A diretora do Colégio Internacional Anhembi Morumbi ainda teria prometido comprar camisas mais compridas para que a funcionária escondesse os quadris.


Ester conta que foi contratada no dia 1º de novembro de 2011, para atuar no setor de marketing e monitorar visitas de pais interessados em matricular seus filhos no colégio, localizado no bairro do Brooklin, na cidade de São Paulo. A estagiária afirma ter sido convocada para uma conversa na sala da diretora, identificada como professora Dea de Oliveira. Nos dias anteriores, sempre alguém mandava recado para que prendesse o cabelo e evitasse circular pelos corredores.

Nosso compromisso é construir condições de diálogo com o objetivo de alcançar açõesreparatórias dirigidas à vitima do racismo, bem como a efetivação de ações pedagógicas no campo do combate ao racismo no campo da Lei 10639, dirigida a referida Escola.

Muito embora a Escola já tenha se manifestado a respeito do assunto, alegando seu compromisso com a prática da diversidade, é fundamental o diálogo com Movimentos Sociais que historicamente lutam por justiça e cidadania para a população negra.

É nossa imensa intensão não deixar que este caso caia no esquecimento ou seja jogado na vala comum como apenas mais uma violência sem maiores consequências. Não entendemos tal acontecimento como caso isolado, mas sim, como parte de uma prática extremamente desumana e que deve ser combatida.


FONTE: http://www.uneafrobrasil.org/?pg=educacao&id=200Ver

terça-feira, 15 de novembro de 2011

No ventre de uma mulher grávida estavam duas criaturas conversando quando uma perguntou à outra:

- Você acredita em Vida após o nascimento?

A resposta foi imediata:

- Certamente. Algo tem que haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque precisemos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há Vida após o nascimento! Como seria essa Vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical é o que nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a Vida após o nascimento é uma hipótese definitivamente excluída - o cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, creio que certamente haverá algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém veio de lá, ninguém voltou depois do nascimento. O parto apenas encerra a Vida. Vida que, no fim das contas, é nada mais do que uma angústia prolongada nesta absoluta escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas, com certeza, veremos mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente estaria?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

- Eu não acredito! Eu nunca vi mamãe alguma, o que comprova que mamãe não existe.

- Bem, mas, às vezes, quando estamos em silêncio, você não pode ouvi-la cantando ou sente como ela afaga nosso mundo? Sabe, eu penso, então, que a Vida Real é o que nos espera e que, agora, apenas estamos nos preparando para Ela ...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Casa onde nasceu a Umbanda começa a ser demolida

Ontém, às 17h, a Congregação Espírita entregou ao Advogado Mario Gomes documentos para que ele entrasse em juízo com uma liminar sustando a demolição. Uma medida no ínterim da decisão do IPHAN ( protocolamos um requerimento no IPHAN em caráter emergencial no dia 03/10) e da Prefeitura de São Gonçalo, mas infelizmente a Casa da Umbanda foi demolida, antes da entrega do documento, pela inércia da Prefeita, conforme reportagem do Extra de 05/10.
 
Transcrevemos abaixo a matéria da jornalista Rosiane Rodrigues pertinente ao caso.

"Demolição da memória religiosa - à caminho da teocracia A demolição do prédio (que já deveria ter entrado para história como cenário do nascimento da única religião absolutamente brasileira) é apenas um sintoma do descaso com que determinadas religiões são tratadas pelo poder público. Trata-se da casa que abrigou o médium Zélio de Moraes, que ao incorporar o Caboclo das Sete Encruzilhadas, deu início às primeiras doutrinas umbandistas e que, segundo informações do Jornal Extra, virá abaixo para dar lugar a um galpão com fins comerciais. A construção centenária, localizada no bairro de Neves, no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, poderia livrar-se de tal fim se a prefeita da cidade o declarasse patrimônio cultural. Simples assim. Como num passe de mágica, todo impasse estaria resolvido. São Gonçalo tem a segunda maior população do Rio de Janeiro e um dos maiores índices de criminalidade do Estado. Nas últimas semanas, a cidade apareceu em todos os noticiários pelo assassinato de uma juíza que tentava combater a corrupção e o extermínio de jovens, em sua maioria negros, no município. É também uma cidade marcada por denúncias de intolerância religiosa. Em 2009, o promotor Pedro Rubim, da Procuradoria da Educação do MP Estadual, em um relatório sobre a inconstitucionalidade do ensino religioso confessional, acusou formalmente a administração de duas escolas da cidade de proselitismo e também por discriminar alunos praticantes de religiões afrobrasileiras. O que mais chama atenção nessa história é a ironia. A cidade que há pouco mais de um século via nascer uma das maiores expressões da religiosidade afrobrasileira, misto do sincretismo entre os santos católicos e os orixás africanos, é hoje administrada por um governo com pretensão teocrática cristã. A prefeita, Aparecida Panisset, não esconde suas convicções religiosas. É declarada como evangélica, eleita com os votos da Igreja Universal do Reino de Deus e outras denominações neopentecostais. Digo "declarada" porque ser evangélico é completamente diferente de ser neopentecostal, em vários aspectos. Evangélicos tradicionais respeitam outras expressões religiosas e valorizam a diversidade. De qualquer forma, sabemos que expressar confissão religiosa é, em si, um direito constitucional. E nisso, a prefeita deve ser defendida. O problema é que os religiosos de matriz africana - e também os católicos - desconfiam que a miopia histórico-cultural da chefe do Executivo Municipal - em deixar que um casarão centenário, palco de um dos momentos mais significativos do nascimento da Umbanda, seja demolido - esteja intimamente ligada a sua religiosidade. Como sabemos, a base da doutrina neopentecostal é a demonização e discriminação dos cultos africanos. Católicos também não são poupados pelos neopentecostais, pois são acusados de idólatras por terem imagens de santos nas igrejas.

Alguns estudiosos dizem que a lógica é simples. Há quem diga que a prefeita está utilizando os mesmos métodos dos donos de escravos que, ao aprisionar milhares de pessoas nos porões dos navios e das senzalas, tentavam extirpar o que há de mais precioso no ser humano, que é a sua memória. Para eles, fazer com que as pretensas minorias esqueçam o passado é uma das mais cômodas formas de prisão. Encontrei textos que afirmam que a desvalorização cultural e religiosa de judeus e ciganos também foi uma das muitas estratégias utilizadas pelo III Reich, na Alemanha do século passado. Outros, menos afeitos a análises acadêmicas, insistem que o problema da prefeita é, unicamente, uma deformação política. Não creio que a prefeita do segundo maior município do Estado tenha pretensões escravocratas ou entenda de nazifascismo. Mas, se não repensar suas atitudes pode acabar entrando pela porta dos fundos da história sócio-cultural-religiosa do Rio de Janeiro. Ou, o que mais deve importar para quem precisa de votos de quatro em quatro anos, acabar saindo pela vala comum desse imenso esgoto, no qual transformou-se a política eleitoral." Rosiane Rodrigues é jornalista, especialista em História do Holocausto e pós-graduanda em Relações Étnicorraciais.

FONTE:

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vítimas de pedofilia denunciam o Papa ao TPI


Uma associação americana de vítimas de padres pedófilos anunciou nesta terça-feira ter apresentado uma queixa ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o Papa Bento 16 e outros dirigentes da Igreja católica por crimes contra a humanidade.

Os dirigentes da associação SNAP, orientados pelos advogados da ONG americana "Centro para Direitos Constitucionais", entraram com uma ação para que o Papa seja julgado por "responsabilidade direta e superior por crimes contra a humanidade por estupro e outras violências sexuais cometidas em todo o mundo".

A organização acusa o chefe da Igreja católica de "ter tolerado e ocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo".

À queixa acrescentaram 10.000 páginas de documentação de casos de pedofilia.

A SNAP possui membros nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países muito afetados pelo grande escândalo de pedofilia que envolve a Igreja.

"Crimes contra a dezenas de milhares de vítimas, a maioria crianças, foram escondidos pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos levam a Roma", declarou a advogada Pamela Spees.

Os bispos e, em alguns casos, o próprio Vaticano rejeitou ou ignorou muitas das queixas das vítimas de padres pedófilos.

O escândalo desacreditou a Igreja em vários países na Europa.

O Papa Bento 16 expressou sua vergonha e pediu desculpas, apelando para a tolerância zero contra os pedófilos. Ele também pediu aos bispos do mundo, que têm a responsabilidade primária sobre seus sacerdotes, a plena cooperação com os tribunais criminais.

A SNAP não acredita nesse desejo de transparência e justiça, e não moderou suas acusações.

FONTE: http://migre.me/5GqYT

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Casal de lésbicas tem dupla maternidade reconhecida

ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO

De mochila cor-de-rosa e tiara da mesma cor, Kaylla Brito Santarelli, de três anos, é símbolo de uma conquista. Ela é fruto de um arranjo inédito de dupla maternidade reconhecida pela Justiça.
A garota de Jandira (Grande SP) vai se tornar a terceira criança brasileira a ter o nome de duas mães na certidão de nascimento. Até 10 de setembro, Kaylla receberá o novo documento. Nele constará o nome de Janaína Santarelli, 29, que a gerou, e o de Iara Brito, 25, que a adotou na condição de companheira da mãe biológica.
"O importante para a criança é que tenha figuras significativas que exerçam as funções parentais, independente de suas opções sexuais", diz a sentença da juíza Débora Ribeiro. O processo para reconhecer Iara como mãe da criança teve início em 2008. "Todos temos direito a formar uma família", diz Janaína. Ela realizou o sonho da maternidade após fazer uma fertilização com um doador desconhecido. Iara, com quem vive desde 2004, acompanhou todo o processo.
Kaylla chama Janaína de "mamãe" e Iara de "manhê". "Ela sempre diz que tem duas mães", afirma Iara. O casal vai relatar a experiência hoje em uma mesa redonda intitulada "Mulheres, lésbicas e relações familiares", promovido pela Secretaria de Estado da Justiça no Pateo do Collegio, na região central de São Paulo. O evento faz parte da programação do Dia da Visibilidade Lésbica, festejado ontem.
Cléo Dumas, especialista em direito homoafetivo, afirma que existem outros dois casos de dupla maternidade reconhecida no país. Um em São Paulo, no qual uma mãe gerou a criança e a sua parceira doou o óvulo. E outro no Pará, onde uma criança de abrigo foi adotada por um casal de lésbicas.
Além de provar que vivem uma relação estável, os casais passam por uma avaliação psicológica. Em Jandira, o estudo diz que Janaína e Iara "proporcionam a Kaylla ambiente saudável, afetivo e favorável ao desenvolvimento" . O medo das mães era de que a filha fosse vítima de preconceito. Encontraram apoio dos familiares e na escola dela. Kaylla e os colegas não comemoram Dia das Mães ou dos Pais. "A escola instituiu o Dia da Família."

domingo, 21 de agosto de 2011

"A bruxaria não deve desculpas por envolver magia sexual. São as outras religiões que devem desculpas pela miséria da repressão puritana que impugiram à humanidade."

(Magia Sexual, Doreen Valiente)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

'Dia do Orgulho Hetero' aprovado pela Câmara de São Paulo vai reforçar homofobia


Orgulho de quê?

Em defesa de seu projeto, Apolinário repete que “ser gay é um direito, não um privilégio”. E que, já que existe o “Dia do Orgulho Homossexual”, ele teria também o direito de celebrar a sua heterossexualidade. Discurso esse repetido também por seus apoiadores. “É preciso que os gays aprendam a viver em sociedade, respeitando a ordem e os bons costumes. Vamos combater a homofobia e a heterofobia, pois ser gay é um direito e não um privilégio” , escreveu o vereador em um artigo publicado no paulistano Diário de São Paulo.

Seria assim mesmo? “Um grupo oprimido afirma o seu orgulho como forma de reivindicar o seu espaço, a luta por igualdade, contra a inferiorização social”, afirma Douglas Borges, da Secretaria LGBT do PSTU. Já um “Dia do Orgulho Heterossexual” só serviria para “reafirmar o padrão heteronormativo, reafirmar uma posição ideológica já dominante”. Ainda mais, num período de aumento da homofobia, “acirrar a polarização social”. Reforçaria, assim, o ódio contra os homossexuais.

Seria tão absurdo como criar o “Dia do Orgulho Branco”. “Quem ganha com isso são justamente aqueles que pensam como o deputado Jair Bolsonaro” , afirma Douglas, que vê ainda um perigo fascista no discurso moralista de em “defesa da ordem e dos bons costumes”. “Isso faz recordar o movimento reacionário que se vinculava à moral dominante e que serviu de base de apoio ao Golpe Militar de 1964 (marcha da familia com Deus e pela liberdade)"

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Imbolc, o crescimento da luz

Em Imbolc, velas queimam, fortalecendo o retorno do Sol

A medida que abençoa as sementes e se prepara para a Primavera

Quando a terra é verde novamente.

(Turning Wheel - Lady Bridget)

domingo, 31 de julho de 2011

Metamorfose da Consciência

"O impasse crítico resultante dessa inaptação revela a crise de transição que prenuncia o final de um período e início de outro. Precisamos dar o próximo passo na metamorfose da consciência, queiramos ou não. Com base na experiência clínica individual, aprendemos que o passo seguinte na evolução é inevitável, conquanto costume ser doloroso. Mas pode ser muito facilitado quando sua necessidade é aceita e quando se compreende o sentido de sua direção em termos gerais. No entanto, só nos cabe apreender esse sentido de sua direção geral. Qualquer tentativa de identificar ou prever o desenvolvimento futuro é uma decorrênci de projeções futuras de elementos passados e presentes."
(O Retorno da Deusa: Mitologia Junguiana, Edward C. Whitmont)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mulher Aranha

A aranha estava construindo sua teia, ela fia pacientemente, cruzando linhas, cuidadosamente, mas precisa. Formando uma teia - seu mundo - e quando terminado, ela se instala no centro, onde pode sentir/saber o que acontece ao seu redor - criadora e dona de seu mundo.


Havia um rosto, ora caveira, ora máscara de morte, que me dizia, que me falava e me explicava ensinando. Sua teia era seus longos cabelos, negros, contrastantes com sua face alva. Agitado constantemente pelo frio vento que soprava. "Faça o que for preciso" me dizia, "e na hora, tudo será entendido". "Deixe-se levar, todos estamos na teia Dela e a grande sabedoria consiste em sentir"!


Há uma grande neblina cobrindo a terra todas as noites, uma linha tão tênue quanto uma teia, a grande teia Dela está combrindo a terra, na noite, lar da deusa que trabalha no escuro. Suas teias estão se espalhando. E que vítimas a grande aranha irá pegar em sua armadilha espectral?

terça-feira, 5 de julho de 2011

"A subjugação efetiva dos instintos, mediante controles repressivos, não é imposta pela natureza, mas pelo homem. O pai primordial como arquétipo da dominação, inicia a reação em cadeia de escravização, rebelião e dominação reforçada, que caracteriza a história da civilização. Mas, desde a primeira e pré-histórica restauração da dominação, após a primeira rebelião contra esta, a repressão externa sempre foi apoiada pela repressão interna: o indivíduo escravizado introjeta seus senhores e suas ordens no próprio aparelho mental. A luta contra a liberdade reproduz-se na psique do homem, como a auto-repressão do indivíduo reprimido, e a sua auto-repressão apoia, por seu turno, os senhores e suas instituições. É essa dinâmica mental que Freud desvenda como a dinâmica da civilização." (Eros e Civilização, Herbert Marcuse)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bispo diz que estupro só é possível com o consentimento da mulher

Bíspo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini, diz que mulheres mentem ao dizer que foram estupradas. Ele acusa que a mentira seria apenas para conseguir liberação da lei para pratica do aborto.

"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim., do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.

A posição do bíspo é um uma tentativa de dificultar o aborto nas cidades da grande São Paulo.

O bíspo Luiz Gonzaga é um claro exemplo da mistura de politica com religião, e usa de sua influência em fiéis para mudar votos e opiniões da massa. Como foi o caso de seu discurso contra a presidenta Dilma, em que ele fez "pregações" contra as intenções da candidata e espalhou folhetos por várias igrejas.

Fonte: http://www.domluizbergonzini.com.br/

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Orientação sexual não é mais critério para doação de sangue

Rio - A orientação sexual deixou de ser um dos critérios para doação de sangue. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira. De acordo com a portaria a orientação do doador não deve ser critério "por não constituir risco em si própria".

“Com a portaria que publicamos hoje, ampliamos o número potencial de doadores e a nossa expectativa é realmente passar do que nós temos, de 3 milhões de doações por ano. Esta campanha reforça que a doação de sangue deve ser um hábito de solidariedade”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Os outros fatores, no entanto, ainda foram mantidos. Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 67 anos e mais de 50kg. A primeira doação deve ser feita antes dos 60 anos. Homens podem doar até quatro vezes ao ano e mulheres três.

FONTE: JORNAL O DIA
http://migre.me/547kC

terça-feira, 7 de junho de 2011

Lua Negra...

...Disseram me Bruxa-Serpente-Feiticeira, os leigos e religiosos que sempre obedeciam...Viram me Lua Negra, os astrólogos os místicos que sabiam da velha historia das irmãs e companheiras que não me deixaram escura só ou traiçoeira... Entenderam me cúmplice as mulheres que intuíram a primeira esperança...Souberam me parte sua os homens em que seu Feminino tiveram confiança...E ouvindo os dois as coisas que eu dizia,sabera que eu era alerta e os protegia.Eu Mulher-Serpente-Astro-Lua Negra Errante sou e quero ser iluminada,pelo sol que me deixa refleti lo não sendo assim opaca e abandonada...De sua luz crio o luar e me torno luminosa...E brilho com minha luz em noite Misteriosa.


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Governo Dilma suspende kit anti-homofobia do MEC em troca de silêncio no caso Palocci

Depois da pressão da bancada evangélica e de grupos católicos do Congresso e das ameaças dos parlamentares desses grupos de apoiar investigações sobre o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o governo federal decidiu suspender a produção e a distribuição do kit anti-homofobia, que estava em planejamento no Ministério da Educação. Segundo o governo, todo o material do governo que se refira a "costumes" passará por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.

A suspensão do kit foi confirmada pelo ministro da Secretaria-Geral da República, Gilberto Carvalho, no começo da tarde desta quarta-feira.

A pressão dos parlamentares dos grupos de evangélicos e católicos foi feita com ameaças de convocar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci para esclarecer a multiplicação do seu patrimônio e de pedir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na área da educação por causa do projeto do material que seria distribuído às escolas para promover a diversidade.

O ministro Carvalho, no entanto, discorda da versão de um acordo com os parlamentares envolvendo o caso de Palocci: "Não tem toma lá, dá cá", disse.

Segundo Carvalho, o governo "achou que seria prudente não editar esse material que estava sendo preparado no MEC e a presidente Dilma Rousseff decidiu pela supensão desse material, assim como o vídeo que estava sendo preparado por uma ONG". Ele afirmou também que, a partir de agora, todo material sobre costumes "será feito a partir de uma consulta mais ampla à sociedade".


Sem convocação nem CPI

Ao conseguir a suspensão do kit anti-homofobia, as bancadas evangélica e católica deixaram de pedir a convocação de Palocci e recuaram na abertura de uma CPI da educação.

Para Gilberto Carvalho, se as bancadas decidiram não fazer os pedidos, a mudança de atitude não tem relação com o recuo do governo sobre a questão do kit gay.

Já o deputado Antonhy Garotinho, afirmou: "todas as decisões que tínhamos tomado ontem, obstrução, criação de CPI do MEC e a convocação do ministro Palocci, estão suspensas com o compromisso que o ministro assumiu [de suspender o kit e colocar as bancadas nas discussões sobre material sobre costumes] e não com o pedido deles".

Na sessão de ontem, Garotinho já havia sugerido a ameaça: "Hoje em dia, o governo tem medo de convocar o Palocci. Temos de sair daqui e dizer que, caso o ministro da Educação não retire esse material de circulação, todos os deputados católicos e evangélicos vão assinar um documento para trazer o Palocci à Câmara”, afirmou à Agência Câmara.

FONTE: http://migre.me/4DCTi

domingo, 22 de maio de 2011

Marcha das Vadias

LUCIANA COELHO
EM BOSTON

Estuprada por colegas na faculdade em uma festa, Jaclyn Friedman nunca chegou a dar queixa. "Tanta gente disse que eu seria culpada, por estar na festa, por estar bebendo, por me vestir como eu me visto, que eu desisti."
O episódio, que aconteceu há quase duas décadas e foi narrado com resignação à Folha, marcou a vida da escritora e ativista feminista.
Seus agressores, inicialmente expulsos da faculdade, acabaram readmitidos e impunes, diz ela.
No último sábado, aos 39 anos, sutiã à mostra e tatuagem anunciando "corajosa", era Jaclyn uma das oradoras da SlutWalk, a "marcha das vadias", que reuniu 2.000 pessoas em Boston.
Até o segundo semestre, o movimento que começou em Toronto e pipocou em outras dez cidades dos EUA e do Canadá deve chegar a mais 40 cidades americanas e 19 outras pelo mundo.
Nova York, Houston, Londres, Johannesburgo e Buenos Aires estão no roteiro para reivindicar o significado da palavra "slut" (traduzível como "puta" ou "vadia", mas que na origem era "mulher desordeira").

"Porque nós vivemos um mundo de mentiras, sempre ouviremos que devemos ser obedientes, discretas, disponíveis e nunca agressivas -se o formos, viramos putas, e essa palavra é usada para nos pôr na linha", disse Jaclyn. A plateia urrou.
A SlutWalk surgiu como um protesto em resposta ao comentário de um policial canadense que orientou universitários dizendo: "Se a mulher não se vestir como uma vadia, reduz-se o risco de ela sofrer um estupro".
A frase reverberou não só no Canadá. Qualquer país, afinal, tem exemplos do que os organizadores chamam de "cultura de estupro": considerar o estupro um crime menor ou provocado pela vítima (quase sempre mulher, mas às vezes, homem).

MACHISMO

Os comentários de Paulo Maluf (com seu "estupra, mas não mata") e do comediante Rafinha Bastos (sobre mulheres feias que deveriam agradecer pelo estupro) traduzem o raciocínio.
Mas a SlutWalk vai além dos comentários machistas - como o da senhora que, ao ver Theresa Esconditto, 29, a caminho da marcha com "estou pedindo", estampado no decote, reprovou. "Espero que esteja assim para uma peça de teatro."
Como Jaclyn, muitas das participantes foram estupradas. "Não dá mais para que nos violem e nos culpem por isso, nem que nos digam o que fazer com nossos corpos", disse à Folha a comediante Cameryn Moore.
Na marcha majoritariamente feminina, moças carregavam frases como "meu vestido não significa sim". Uma participante tinha um cartaz dizendo ter sido estuprada aos 12 anos. "Estava usando agasalho largo e pantufas. Sou uma puta?"

FONTE: http://migre.me/4BNK8

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Evangélicos impedem votação do projeto que criminaliza homofobia

por Andrea Jubé Vianna e Eduardo Bresciani / BRASÍLIA

A pressão da bancada evangélica impediu a votação do projeto de lei complementar 122/06 que criminaliza os atos de homofobia, que seria votado na manhã desta quinta-feira, 12, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. Numa sessão que ao final contou com troca de xingamentos e ofensas entre o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), o projeto foi retirado de pauta sem previsão de retorno.

Representantes da Frente Parlamentar Evangélica presentes à sessão pediram o adiamento alegando que devem ser realizadas audiências públicas, porque ele não teria sido suficientemente discutido no Congresso. "Precisamos debater à exaustão, sem privilegiar ninguém. Há pelo menos 150 milhões de brasileiros que não foram ouvidos", disse o senador Magno Malta (PR-ES).

O projeto de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP) tramita há 10 anos no Congresso e somente em 2006 foi aprovado no plenário da Câmara. Relatora do projeto na CDH, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) queria tentar aprovar o seu parecer até a próxima semana, a tempo das comemorações do Dia Nacional de Combate à Homofobia (17 de maio), que vão movimentar a Esplanada em Brasília.

Marta chamou a atenção para esse momento "de maior compreensão e humanidade" que se estabeleceu no País, a partir do recente julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que estendeu às uniões homoafetivas os mesmos direitos e deveres dos casais heterossexuais. "O Judiciário se pronunciou sobre um assunto que há 16 anos o Congresso não consegue se pronunciar", completou a petista. "Esse projeto tem a ver com tolerância, respeito e cidadania, vai ajudar a diminuir a violência contra homossexuais", concluiu.

(estadao.com.br)

Nota de repúdio às piadas de mau gosto do “humorista” Rafinha Bastos

"A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) vem a público manifestar sua indignação pela maneira como o “humorista” Rafinha Bastos, da TV Bandeirantes, faz piadas com os temas estupro, aborto, doenças e deficiência física. Segundo a edição desse mês da Revista Rolling Stone, durante seus shows de stand up, em São Paulo, ele insulta as mulheres ao contar anedotas sobre violência contra as mulheres.“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço”. Isso não é humor, é agressão gratuita, sem graça, dita como piada. É lamentável que uma pessoa - considerada pelo jornal The New York Times como a mais influente do mundo no twitter -, expresse posições tão irresponsáveis e preconceituosas. Estupro é crime hediondo e não requer, em nenhuma hipótese, abordagem jocosa e banalizada.

Vale lembrar que qualquer mulher forçada a atos sexuais, por meio de violência física ou ameaça, tem seus direitos violados. Não há diferenciação entre as vítimas e, tampouco, a gravidade e os danos deste crime diminuem de acordo com quaisquer circunstâncias da agressão. Assim, a SPM condena a banalização de tais preconceitos e, como organismo que visa, sobretudo, enfrentar a desigualdade para promover a igualdade entre os gêneros, a Secretaria repudia esse tipo de “humor” e qualquer forma de violação dos direitos das mulheres. Humor inteligente e transgressor não se faz com insultos e nem preconceitos. A sociedade não quer voltar à era da intolerância e, sim, dar um passo adiante."

FONTE: http://migre.me/4yD07

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Rafinha Bastos na Rolling Stone "Estupro é um favor pra mulher feia"


A Graça de um Herege
Por André Rodrigues

"Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho." O humorista Rafinha Bastos está no palco de seu clube de comédia, na região central de São Paulo. É sábado e passa um pouco das 20h. Os 300 lugares não estão todos ocupados, mas a casa parece cheia. Ele continua o discurso, finalizando uma apresentação de 15 minutos. "Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade." Até ali, o público já tinha gargalhado e aplaudido trechos que falavam sobre como cumprimentar gente que não tem os braços, o que dizer para uma mulher virgem com câncer, e por que, depois que teve um filho, Rafinha passou a defender o aborto. Mas parece que agora a mágica se desfez. O gaúcho de 34 anos, 2 metros de altura, astro da TV, não está emplacando sua anedota sobre estupro. Os risos começam a sair tímidos e os garçons passam a ser chamados para servir mais bebida. Rafinha aparenta não se dar conta de que algo ruim está acontecendo. Em vez de aliviar, ele continua no tema. "Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço." Em vez de rir, uma mulher cochicha para alguém ao lado: "Que horror".

[Matéria na íntegra no http://migre.me/4vCIw]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alguem tem que morrer - Medeia x Ifigênia


Entra Ifigênia. Feliz. Ela é jovem, confiante e está eufórica com a proximidade do casamento.

IFIGÊNIA – (dirige-se ao público) – Olá! Quem são vocês? (coloca a trouxa no chão). Ah! Estou reconhecendo... São os guerreiros de meu pai, Agamêmnon... Eu sou Ifigênia... Acabei de chegar. Vim a Áulis a chamado de meu pai. Vou casar com Aquiles!!!!!

Medéia sai da sombra. 

MEDÉIA – (dirige-se ao público) – O que temos aqui? Guerreiros gregos! (riso irônico).Como disse um orador, nestas regiões, se você levantar uma pedra, inevitavelmente encontrará escorpiões... Ou um grego!

IFIGÊNIA – Eu estou tão animada! (senta no chão e começa a mexer nos itens de enxoval que tem na trouxa) Casar! Era tudo o que eu queria, que eu esperava, afinal, esse é o destino da mulher! Por que vocês pararam aqui? Ninguém responde? Ah! Já sei! Foi para o meu casamento!

MEDÉIA – (joga a trouxa no chão) Inferno de destino! Tudo o que existe para a mulher é o casamento e a procriação. Eles dizem que, enquanto enfrentam a morte nas guerras nós ficamos protegidas em casa. Mas qualquer mulher concordaria em trocar de lugar com eles, se pudesse escolher entre ir para a guerra ou parir uma criança... Aqui na Grécia uma mulher não existe se não tiver um tutor, um homem que tome todas as decisões e assuma todas as responsabilidades, como se ela fosse uma criança grande, uma desmiolada incapaz de cuidar da própria vida! E pensar que houve um momento em minha vida que cheguei a sonhar com isso, ser somente mais uma mulher qualquer! Mas eu não sou uma qualquer, eu sou Medéia, a princesa da Cólquida e, apesar disso, sou considerada uma estranha, uma estrangeira e aqui sou tratada como um nada e por quem? Por um homem que é um nada! Eu, que pertenço a uma linhagem ilustre de feiticeiras e sou sobrinha de Circe! [...]

IFIGÊNIA – O que vocês vão fazer com essas cordas? Amarrar-me? Por que?  Tirem as mãos de mim! Não!!!!! Eu não quero morrer!!!! Por que eu tenho que morrer? Por que estou sendo transformada em vítima de um sacrifício à Ártemis? Para pagar um antigo erro de meu pai? Não!!!! Pai!!!! Papai!!!! Paizinho!!!! Não me mate!!!!! Eu sou a tua Ifigênia! A tua primogênita! Papai!!!!! Olha para mim!!!! Sou eu! Tua filhinha! Eu não sou uma bezerra, uma corça, um animal para sacrifício! Sou Ifigênia!!!!

MEDÉIA – Acho até que, para ele, seria melhor que eu morresse! Mas, por que eu deveria morrer? Só para cumprir o destino das rainhas desgraçadas? Será que ele pensa que sou uma Fedra, uma Dejanira? Ele está muito enganado! Eu não vou me enforcar com um cinto! Eu sou Medéia!  (tom de dúvida) E o que eu faço? Fico e vivo na desonra, ou parto para sempre? Pois recebi uma ordem do rei para partir... E para onde eu poderia ir? (risos – cínica) Para a casa de meu pai, a mesma casa para onde enviei os despojos esquartejados de Apsirto, que mataram a promessa de continuidade da linhagem de Eetes? Ou para Iolcos, onde ainda se sente o cheiro de carne humana cozida? (desesperada) E como Jasão, o amor de minha vida, como, como ele pode concordar com isso? (determinada) Mas deixe estar... Eu e as crianças sumiremos da vida dele. Só que vai ser sob os meus termos!

IFIGÊNIA – (levantando com um pulo) Afastem-se de mim!!!! Afastem essa mordaça!!!! Eu não vou ser tratada como se fosse um animal! Eu sou apenas uma donzela, mas eu também tenho honra! Eu devia ser como a aurora de um novo dia, mas vejo que na verdade a minha vida chegou cedo demais ao crepúsculo! Eu uso o vestidos amarelos da cor do açafrão, mas devia estar amortalhada, pois eu já morri, eu apenas não sabia!

Medéia retira o tule negro dos cabelos e joga no chão. Ifigênia se cobre com o tule, como velada.

MEDÉIA – Será que Jasão pensa que as mulheres não têm honra? Pois eu vou fazer com que ele descubra o quanto custa desonrar uma mulher como Medéia! Essa princesinha de Corinto, essa bobinha pensa que vai ser feliz, que vai formar uma família com Jasão, que vai ter filhos com ele? Na posteridade nem ao menos vai se saber ao certo qual era o nome dela. Eu disse era? Sim, porque ela já morreu, ela só não sabe disso. A minha vingança será tão terrível que, para ela teria sido melhor nunca ter nascido. Jasão? Jasão ficará vivo para sofrer... A casa dele será vazia, e mulher nenhuma terá coragem de se deitar com o homem de Medéia. Negarei a ele a posteridade, valor caro aos gregos. Sem filhos, quem realizará os ritos e cuidará de seu túmulo depois de sua morte? Que importa se Jasão já tem filhos? Eu dei a ele os filhos, eu tiro...

IFIGÊNIA – (em pé, pausada e digna) Afastem-se de mim. Sumam com essas cordas e essa mordaça. Eu já entendi tudo. Que boba que eu fui! Pensei que vocês (aponta para a platéia) estavam aqui para participar do meu casamento... Na verdade, vocês, que são os guerreiros gregos, estão presos nessa praia de Áulis porque Ártemis nega os ventos aos navios que deveriam levá-los para Tróia. E vocês querem ir para Tróia, pois é na guerra que é forjada a glória dos heróis. Se Ifigênia não morrer, se ela não for sacrificada, não haverá guerra. Sem o sacrifício de Ifigênia não haverá vento. E vocês ficarão mofando aqui, ou voltarão frustrados para os seus reinos. [...]

MEDÉIA –  (endurecendo) Não! Não permitirei que Jasão ria por último. Jasão me destruiu, eu o destruirei também! (adoçando). Mas eles são meus filhos, matá-los é enterrar a espada na minha própria carne... (endurecendo) Não! Não abandonarei a minha prole, permitindo que estranhos os criem, submetendo-os à vontade de outros, deixando que se tornem como navios abandonados ao sabor das vagas e das tempestades! Protegerei os meus filhos como a leoa, que diante do perigo devora a ninhada, pois assim ela está novamente protegida no seu ventre! Não permitirei que estranhos os matem, melhor que encontrem a morte pela mão de quem mais os ama. Jasão me destruiu, eu o destruirei de volta, e para isso é preciso que eu estraçalhe esse coração feminino que bate no meu peito, é preciso que eu sufoque os sentimentos que ainda vivem em mim, é preciso que eu sangre no que há de mais precioso de minha vida. Matando meus filhos, a mulher que vive em mim morre com eles, mas pelo menos retomo as rédeas de meu destino e minha honra estará resguardada. Ainda serei Medéia, princesa de Cólquida, sobrinha de Circe, feiticeira e sacerdotisa de Hécate, que vive no mundo dos mortos!

IFIGÊNIA Essa é a minha vontade! Eu não quero morrer, mas assumo a escolha de me sacrificar e morrer. Pois, para que o sacrifício seja válido, a vítima deve consentir... E no futuro, quando os poetas cantarem os feitos dos heróis da Guerra de Tróia, quando essas maravilhas embalarem os sonhos e os banquetes dos nobres e quando exemplos dos guerreiros forem usados na formação dos jovens, todos serão obrigados a admitir que tudo isso só foi possível pela coragem de uma donzela, Ifigênia, que ao aceitar a morte liberou os ventos que sopram em direção ao Oriente, que tomou em suas mãos o seu destino, abraçou a morte e tornou possível o canto que enaltece a glória dos heróis. É aí que reside a honra dessa mulher que sou eu, Ifigênia.

(AlGUEM TEM QUE MORRER (trechos) - Profª Maria Amália Longo Tsuruda)


Sob inspiração da Ifigênia em Áulis e da Medéia de Eurípides, o “cavaleiro da paixão”, que nos ensinou a patologia do amor, mas trata-se apenas de uma inspiração. Este texto foi elaborado com o objetivo de ser apresentado como um exercício cênico na VI Semana de Estudos Clássicos da FEUSP e utiliza as figuras de Ifigênia e Medéia como pretexto para a discussão sobre o papel da mulher na sociedade grega clássica. O casamento e a geração de filhos legítimos, meta primordial na vida das mulheres, é exposto por meio das esperanças de uma donzela, Ifigênia, que pensa estar prestes a casar e por Medéia que, por sua vez, disseca as decepções de um casamento falido. Ifigênia e Medéia são duas mulheres completamente diferentes. Ifigênia é a jovem inocente que sonha com as promessas de um futuro totalmente previsível e Medéia é a mulher que, conhecendo uma realidade muito cruel, relembra seu passado. Ifigênia é a típica donzela grega e Medéia é, há um tempo, mulher e figura semidivina, feiticeira e estrangeira, portanto, uma estranha. Trata-se de dois monólogos e as personagens nunca se comunicam, mas, do contraste estabelecido por suas considerações espera-se, dentro da melhor tradição do teatro ático, que os espectadores reflitam a respeito do que era o casamento na sociedade grega da época. Para esse exame da instituição do casamento, as falas de Ifigênia aglutinam passagens de Homero sobre as funções a serem exercidas pela mulher na dinâmica social da família e o seu papel econômico dentro da oikos, que pouco mudaram até o século V a.C.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os Misterios do Sangue - Campanha Segunda Vermelha

CAMPANHA SEGUNDA VERMELHA 2011 - 1 MILHÃO DE MULHERES CELEBRANDO SUA MENSTRUAÇÃO!

Os mistérios do sangue ensinam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento é o mesmo sangue, é o sangue universal, sangue do poder, sangue curativo.
Os mistérios do sangue ensinam-nos recordar que vida e saúde são vindas de à mulher, à mulher sábia, à mulher que sangra e sangra. E não morre.
Os mistérios do sangue revelam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento são universais, cheio de potencial, cheio de vácuo, que devem ser usados para curar. O sangue do amor, sangue da abundância, o sangue que cura a terra.
Os mistérios do sangue recordam o imenso poder da mulher, o poder do sangramento. Quando nós sangrarmos na terra (na realidade ou o fantasia) nos reencontramos com o poder, enquanto nosso sangue corre através do chakra pessoal da raiz e na terra.
Sangrando na terra, sangrando livremente, nós como mulheres, como nutridoras da vida, como doadoras, nutridoras das plantas, doadoras da nutrição universal - nosso sangue do tempo da lua:

” Eu sou mulher que dá a nutrição para assegurar a vida deste planeta. Com meu poder do tempo da lua, meu sangue, com meu poder do nascimento, meu sangue, eu alimento a terra alimenta a todos. Cada mês eu recordo: Eu sou mulher. Eu sou terra. Eu sou vida. Eu sou nutrição. Eu sou mudança. Eu sou inteira. Eu sou mulher. Eu sei a vida, a morte, a dor, e a saúde em meu meu útero. Eu conheço os lugares sangrentos: o espaço estreito entre a vida e a morte, o lugar de nascimento sangrento, o fluxo sangrento da vida nutridora, o fluxo sangrento de deixar a vida ir. Eu sou mulher. Meu sangue é poder. Poder calmo. Sangue calmo.
Meu sangue é nutrição integral. Meu sangue nutre o feto crescente. Meu sangue transforma-se em leite para a criança nova. Meu sangue flui na terra como o nutrição para a Grande Mãe Gaia, a Mãe Terra.Gaia, cujas as maneiras são sangrentas. Mulher, cujas as maneiras são sangrentas. Sangue da nutrição. Mas sangrento. Sangue menstrual sangrento, sangue sangrento do nascimento.Sangue da paz, sangue nutridor. Sangue de saúde, não do sacrifício.A tradição sábia da mulher é uma mulher sangrenta-entregue.A saúde está mudando sempre. A vida é misteriosa, movendo-se nas espirais da mudança. Espirais que movem-se completamente para o vácuo. A mudança que faz a abertura que nos permite ver o presente saudável .
Sente-se, irmã, no musgo verde macio, e dê-se seu sangue sagrado da lua à terra, à espiral da vida. Deixe o fluxo vermelho do sangue do seu útero juntar-se ao verde e marrom da terra. Sente-se aqui. Relaxe e feche seus olhos e deixe as visões virem. Descanse agora e dê seu sangue da lua para nutrir a mãe que nos nutre. Relaxe e deixe as visões virem."

A época do sangramento menstrual, de acordo com a tradição da mulher sábia, é um momento das visões. Toda a mulher que prestar atenção a estas visões encontrará o poder dos xamã, das bruxa, sas mulheres medicinais.Adicione um pouco de folhas vermelhas a suas misturas herbais, com exceção da hera. Evoque o poder do sangue menstrual. Isso fará à medicina.Estes são os poderes naturais de mulheres menstruando, e em menopausa, e em início de menopausa:
*Ligação com a terra como uma presença responsável e nutridor.
* Comunicação com as plantas, animais, equilíbrio
* Criar o tempo
* Deslocar a forma
* Invisibilidade
* Comunicação com fadas, devas, elfos, elementais
* Prever futuro
* Aguça olfato, o paladar, a escuta, a visão, o tato.
* Cura

FONTE:  http://migre.me/4qavp

domingo, 1 de maio de 2011

Samhain - 1º de Maio

"E o fogo arderá
E a roda da vida irá girar
E os mortos voltam para casa em Samhain
E no céu noturno
Na luz lunar eles voam
E os mortos voltam para casa em Samhain."
(Samhain - Inkubus Sukkubus)


Na celebração Samhain, o deus chega à Terra da Juventude, a Terra Brilhante onde os espíritos dos mortos tornam-se jovens novamente, enquanto esperam pelo renascimento. Ele abre os portões para que possam retornar e visitar os seus bem-amados e reina ma Terra dos Sonhos à medida que se torna mais jovem, até que no solstício de inverno novamente renasce. Samhain Significa o início a partir do fim. (Dança Cosmica das Feiticeiras, Starhawk)


domingo, 24 de abril de 2011

Medusa e Perseu

No confronto de Perseu e Medusa é o ponto principal do mito, sendo importante comentar o sentido arquetípico desta parte. Segundo Vernant Medusa, Ártemis e Dioniso são poderes ritualisticamente configurados como mascarados. Neste sentido a máscara, com sua característica, separa a identidade da alteridade. Segundo Vernant este conceito da alteridade é representado na Medusa não como um outro homem, mas o outro do homem, isto é, a morte em vida simbolizando um estado psicótico. Com isto Medusa representa um estado caótico do inconsciente, com inversão e deformidade que desafiam qualquer lógica racional. Isto acontece porque ao decapitar a cabeça “máscara” da Medusa surgem dela o gigante Crisaor e o cavalo Pégasos.

Do ponto de vista psicológico o tema da petrificação está relacionado com estados psicóticos. A paralisação nos traz em mente uma extrema regressão de pacientes em estupor catatônicos, que é a forma mais grave da esquizofrenia.

Quando Perseu decapita Medusa, ele destrói a imagem de sua mãe negativa. Medusa simboliza a mãe que paralisa o filho não possibilitando que ele se desenvolva. Enquanto que Dânae simboliza a mãe positiva que é pura. Com isto um dos aspectos do herói representa a necessidade de se afastar do seu herói. Isto só será possível quando Perseu vence a Medusa, decapitando assim a sua imagem de mãe negativa.
[...]

No mito Perseu traz a cabeça de Medusa para Polidectes. Esta parte do mito representa a  conscientização de conteúdos que estão no inconsciente. Desta forma Perseu consegue integração de conteúdos inconsciente.

Para Campbell, a grande façanha do herói supremo é alcançar o conhecimento dessa unidade na multiplicidade e, em seguida, torna-la conhecida. Esta façanha Perseu conseguiu ao decapitar a cabeça da Medusa , que estava no inconsciente e trouxe ela para a consciência.

Para concluir é importante ressaltar que o mito de Perseu representa a fortificação egoica e a indiferenciação do arquétipo da grande mãe e aspectos infantis. Com isto o herói nos traz uma integração de conteúdos inconscientes, nos possibilitando ser mais independente da figura materna.

(O Mito de Perseu por Alexandre Quinta Nova Teixeira)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Energia Sutil do Utero


A mulher que, durante muitos anos, e mesmo encarnações inteiras, ela foi condicionada a repudiar a menstruação e o útero, não é fácil aceitar esses temas que estamos desenvolvendo nestas palestras. Seria preciso andar passo a passo nesses ensinamentos para ir lentamente rompendo inúmeros tabus, oriundos do que lhe foi imposto há milênio. O poder energético do útero pode ser muito ampliado e a energia sutil ampliada e utilizada mediante rituais. Quando mais forte for o útero mais saúde genital se fará sentir, e a qualidade da energia que permite riqueza de intuição. Certos rituais favorecem a saúde uterina.

Os povos antigos usavam cavernas para certas atividades místicas pela grande quantidade de poder nelas contido. Uma caverna concentra muita energia, por ser algo como um bolsão de energia na superfície da Terra. As correntes de energia telúricas tendem a confluir para as cavernas e ali ficar açulada. Pela mesma razão o útero tem sido considerado, além das funções clássicas conhecidas, atua como um condensador e repositório de energia. Isso é importante porque é onde o processo de vitalização da matéria orgânica se estabelece para dar vida orgânica a um ser. Não é pouca a quantidade de energia sutil que se faz preciso para que o processo de vitalização de processe adequadamente.

Por conter um grande manancial de energia sutil é que no útero reside o grande poder feminino, até mesmo porque a seguir o coração é o órgão por onde mais ocorre fluxo de sangue, e o sangue é, como se sabe o mais eficiente fluido condutor de energia no organismo. Foi indagado por um entrevistador às discípulas de Dom Juan, Carol Tiggs, Taisha Abelar e Florinda Donner-Grau sobre a diferença entre feiticeiros homens e mulheres na linhagem do velho nagual. Elas responderam: “É a coisa mais simples do mundo. Como todas as mulheres do mundo, temos um útero. Temos órgãos diferentes dos existentes nos homens; o útero e os ovários, os quais, segundo os feiticeiros, facilitam a entrada em áreas exóticas da consciência. Os feiticeiros dizem que há uma força colossal no universo; uma força constante, perene, que oscila, mas não muda à qual chamam de consciência ou o mar escuro da consciência e asseguram que todos os seres vivos estão ligados a ela. Eles chamam esse ponto de ligação de ponto de aglutinação, e sustentam que, devido à presença do útero em seu corpo, as mulheres têm facilidade em deslocar o ponto de aglutinação para uma nova posição”.

Princípio Feminino:

A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o útero de Toda Criação. é associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. é o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal.

É importante o estabelecimento de um elo entre a energia feminina e a da Mãe Natureza, para isso há vários meios, sendo os mais eficazes, os rituais. Um ritual funciona como uma forma de condicionamento mental e assim possibilitar um meio de disponibilização energética bem eficiente, ou seja, da energia que existe acumulada no útero interagir com a energia telúrica, e vice-versa, além de poder ser direcionada para diversos fins. A mulher pode receber energia assim como direciona-la mediante rituais feitos relacionados com a Terra e a Lua. No universo tudo está interligado, as ligações podem ser mais ou ser menos eficientes, segundo diversas situações. Assim, a natureza feminina encontra paralelo na própria Terra e na Lua. Mulher, Terra e Lua compõem um triângulo energético muito forte. Os rituais podem intensificar essa ligação condicionando a mente a direcionar a energia contida no útero.

Nas Tradições clássicas ele foi simbolicamente representado por um cálice, por uma taça, um cálice. Cálice e vinho constam de muitas tradições iniciáticas, e isso têm a ver com o útero e com o sangue. “Este é o meu corpo e o meu sangue”...

Para a mulher se tornar uma bruxa – Fada – ela tem que destruir muitos preconceitos a respeito da menstruação, da função uterina, da sensação de que o sangue menstrual é algo sujo, nojento e asqueroso. Ela tem que eliminar esse modo de pensar e recuperar a sacralidade do útero e do fluxo menstrual. Um modo da mulher se familiarizar com o poder da feminilidade reside no contacto com seu útero e fluxo menstrual. Ela deve sentir amor pelo seu útero, considera-lo o objeto de imenso significado por ser nele que ela abriga os primeiros momentos de vida dos filhos. É uma autêntica ingratidão para com o seu órgão reprodutor, para aquele que serviu de matriz para acasalar os seus filhos nos primeiro momento de vida; aquilo que possibilitou o que de mais sagrado há para a mulher, o filho. É lastimável que quando o útero per a finalidade de gestar, ou mesmo antes disso, pela simples insinuação da medicina, muitas vezes movida por interesses pecuniários, a mulher aceite uma simples recomendação de extrair o útero. Ela por vaidade, inconveniência ou medo logo concorda com a histerectomia sem se dar conta de que está eliminando algo nobre, e que merece carinho especial.

Muitos dirão, e nas indicações por tumores malignos, por sangramentos, por miomas, etc. Nesse caso a indicação pode ser valida, na verdade se trata de um órgão já desfigurado, doente. Mas vale salientar que foi o descuido da mulher que provocou a doença, a desarmonia dela com a natureza. Não é comum uma mulher nativa ter hemorragias, ter tumores uterinos e outros problemas. Não tem cólica menstrual e coisas assim. Isso é um “privilegio” da mulher integrante da civilização, em especial da atual. O que é pior é que a mente da mulher desde jovem vem trabalhando com a possibilidade de distúrbios, doenças, e não o inverso. Assim como a mente gera o estado de saúde ela gera também o de doença. Na quase totalidade, as doenças nessa área são criadas pela mulher. 

Tudo isso pode ser evitado mediante certas Práticas, entre elas alguns rituais.

Estamos falando de bruxa como a mulher de conhecimento, que sabe manipular as focas da feminilidade a par da força da Mãe Terra, e não daquela retratada pelas Igrejas oficiais como uma velha corcunda, com pele enrugada, com verruga no nariz e cheia de maldade. O sentido que usamos a palavra vai mais pelo lado da Fada boa.

(José Laércio do Egito)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Se vocês tem sombra, agradeçam a consciência. Porque pra ter sombra, tem que ter luz." (dos Ensinamentos de Conchita)

terça-feira, 29 de março de 2011

Deputado Federal diz na TV que seus filhos não "correm risco" de namorar negras ou virar gays porque foram "bem educados"

RIO - O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter após uma polêmica entrevista ao programa CQC, da Band. Ao participar do quadro "Povo quer saber", em que respondeu a curiosidades do público, o deputado disse que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou virarem gays, porque "foram muito bem educados".

- Não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco. Os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu - disse Bolsonaro, em resposta à cantora Preta Gil, que perguntou ao deputado o que ele faria se filho dele se apaixonasse por uma negra.

Sobre como encararia a homossexualidade de um filho, o deputado voltou a repetir que "não corre este risco":
- Isso nem passa pela minha cabeça. Eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro este risco.
Numa entrevista em que disse que seus gurus na política são todos os presidentes da ditadura militar, Bolsonaro falou também sobre uma possível participação em uma parada gay:
- Não iria porque não participo de (eventos para) promover os maus costumes. Até porque acredito em Deus, tenho uma família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo, senão a nação simplesmente ruirá.

Sobre como encararia a homossexualidade de um filho, o deputado voltou a repetir que "não corre este risco":
- Isso nem passa pela minha cabeça. Eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro este risco.
Numa entrevista em que disse que seus gurus na política são todos os presidentes da ditadura militar, Bolsonaro falou também sobre uma possível participação em uma parada gay:
- Não iria porque não participo de (eventos para) promover os maus costumes. Até porque acredito em Deus, tenho uma família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo, senão a nação simplesmente ruirá.


FONTE: O Globo

terça-feira, 22 de março de 2011

Estado do Rio registra um estupro a casa duas horas

por Sergio Ramalho

RIO  - A vendedora X., de 21 anos, voltava para a casa após um dia de trabalho e estudo. Era noite de sexta-feira e, apesar do cansaço, ela planejava encontrar o namorado. Os planos da estudante, contudo, foram interrompidos bruscamente. Com uma faca na garganta, a jovem foi arrastada para um matagal em Santa Cruz e estuprada por horas. Seis meses depois, X. ainda tem pesadelos com o episódio, que mudou sua vida. Nesse período, perdeu o emprego, deixou a escola e terminou o namoro, por não conseguir mais se relacionar sexualmente com o parceiro. Ela não está só. No ano passado, a cada duas horas uma mulher foi vítima de estupro no estado.

(Como combater a violência contra a mulher? Mande um artigo.)

A análise das estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) revela que foram registrados 4.589 estupros em 2010, uma média de 12 por dia, o que representa um aumento de 11,3% em relação ao ano de 2009, quando foram computados 4.120 casos. Observando os números registrados nos últimos cinco anos, é possível comprovar que esse tipo de crime vem avançando nas estatísticas. Em 2006, por exemplo, foram contabilizados 3.200 casos - 1.278 estupros e 1.922 atentados violentos ao pudor. A comparação com os dados do ano passado indica um crescimento de 43,4%.

Vale ressaltar que, até agosto de 2009, quando o Código Penal passou por uma revisão, estupro e atentado violento ao pudor eram tipificados de forma distinta. Com a mudança, os dois crimes foram unificados no artigo 213 da lei 12015/09, que prevê pena de seis a dez anos de prisão para o estuprador. O criminosos podem ter a condenação aumentada em caso de agravantes. Se o crime resultar em lesão corporal grave ou se a vítima for menor de 18 ou maior de 14 anos, a pena de prisão passa a ser de oito a 12 anos. Em caso de morte da vítima, a condenação mínima é de 12 e a máxima, de 30 anos de reclusão.

O endurecimento da lei, entretanto, parece não ter surtido efeito. Basta verificar que, no primeiro ano de vigência da nova norma, em 2010, os casos de estupro subiram 11,3%. A tendência de crescimento se repetiu em janeiro deste ano, quando foram computados 396 casos (uma média de 13 por dia), número 14,7% superior ao registrado no mesmo período de 2010, quando foram contabilizados 345 estupros no estado.

A tendência de crescimento desse tipo de crime pode ser verificada a partir de 2006, quando foram computados 3.200 casos. No ano seguinte, houve um pequeno acréscimo - foram 3.222 registros. Em 2008, o ISP contabilizou 3.846 estupros - um aumento de 19,3%, ou 624 casos a mais, em relação a 2007. Em 2009, houve novo crescimento, dessa vez de 7,1% em relação ao ano anterior.
Um estudo do ISP mostra, com base em números de 2008 e 2009, as Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps) que registram maior incidência do crime. Nos dois anos citados, a 20 Aisp, que reúne os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, ficaram em primeiro lugar nesse ranking.

FONTE: O GLOBO

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sobre a vinda de Cristos (Parte I)

"Para uma coisa manifestar-se nos planos da forma, tem que ser expressa por meio de uma forma; sem isso não pode haver manifestações. O cristo interno opera quando nos apecebermos, ainda que momentaneamente, do amor perfeito que faz com que todas as coisas sejam uma unidade. Todavia, para que a força crística possa operar a mente coletiva ou de uma comunidade, é necessário que se produza uma realização igualmente coletiva da natureza dessa força. É por isso que temos os cristos dos raios, e não apenas uma só manifestação de uma força impessoal para o universo e toda evolução.
Cada raio manifesta sua força numa fase da evolução, e os aspectos positivo e negativo dos raios são os dias e as noites de Bramá. A sabedoria secreta nos diz que os raios vão entrando em ação por turno, como se fossem raios emitidos por uma única luz, sendo a precessão dos equinócios o relógio cósmico que assinala sua aurora e seu poente. Cada raio desenvolve uma fase da evolução, e cada evolução recapitula a obra de suas antecessoras antes de começar a sua própria obra.
[...]
Este Imperador-Sacerdote, que é uma alma perfeita na evolução anterior, é incomensuravelmente superior às consciências rudimentares que ele vem governar e dirigir, porque tendo terminado sua própria evolução, é um dos mundos de Deus, e a intuição, ao reconhecê-lo assim, invariavelmente o tratava como uma divindidade, porque realmente a divindade se manifestava por seu intermédio. É este ser quem implata na alma coletiva da raça evolucionante as idéias arquetípicas que constituem as faculdades, sendo um processo análogo ao que cada indivíduo realiza ao transmitir os frutos de sua evolução a cada personalidade sucessiva em que vai se manifestando. A civilização assim iniciada vai seguindo seu curso até o nadir da evolução material, ou seja, o ponto mais distanciado de Deus, metaforicamente falando. Neste ponto, tem que dar volta e começar a subida sobre o arco evolutivo, e é aqui onde o Logos Planetário ou o Cristo do Raio se manifesta no mundo físico.
Antes de seu advento, o Raio é uma emanação da vida divina governada pelas leis evolucionadas nas evoluções precedentes, mas então o Logos Planetário diz "uma nova lei vos dou".
A missão do Logos Planetário ao encarnar-se como ser humano, é dupla. Seu aspecto exotérico é o de viver a vida humana arquetípica (ou seja, a vida que todos os seres humanos pertencentes a este raio viverão quando tiverem alcançado a perfeição), imprimindo assim na mente coletiva o ideal ou padrão de vida e de ação. Desta maneira, ele não é somente o "deus perfeito", e, sim, a divindade manifestada e ao mesmo tempo o "Homem perfeito" ou arquétipo ideal de humanidade para essa fase da evolução e o que ele é durante sua breve manifestação terrestre, deverão ser todos os seres humanos quando "se tornam perfeitos como perfeito é o pai que está no céu".
[...]
Não se deve, porém, acreditar que o Manu de um Raio atue como Rei e Sacerdote no princípio, e o Logos Planetário de um Raio como seu Cristo no subciclo que corresponda por seu número e ao número do Raio, fique a humanidade sem guia um só instante. Cada subciclo de um Raio, cada sub-raça da humanidade tem seu Grande Ser, mas estes não são do grau do Logos Planetário, que são a humanidade aperfeiçoada de evoluções anteriores, mas, sim, são da humanidade aperfeiçoada da sub-raça imediatamente precedente, que em número corresponde ao subciclo do Raio em que se esteja trabalhando. Estas entidades devem ser distinguidas dos verdadeiros Logos Planetários pelo fato de que todos os Cristos se manifestam mediante um nascimento virginal e morrem em sacrifício, e em tudo isto de oculta um profundo mistério."

(trecho de Preparação e Trabalho do Iniciado, Dion Fortune)

domingo, 6 de março de 2011

Carta Aberta ao Ziraldo (trecho)

por Ana Maria Gonçalves

Caro Ziraldo,

Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, em carta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).

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[...]

Com pesar, e em retribuição ao seu afeto,

Ana Maria Gonçalves
Negra, escritora, autora de Um defeito de cor.

NA INTEGRA: O Biscoito Fino e a Massa: http://migre.me/402Ur

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Mulher e o Poder do Nascimento

O Poder do Nascinemo no primeiro nível:

“O nascimento é o primeiro poder feminino. A fêmea recebe a semente masculina dentro de si, esse é o primeiro medo, pois uma parte dele foi tragada para a escuridão interna dela. Essa semente está viva, o homem e a sua semente são uma coisa só, ela é a sua força vital. São milhões de espermatozóides, no entanto, apenas um sobreviverá. Para a mente subconsciente do homem, isso faz da mulher uma assassina múltipla, já que os espermatozóides mal-sucedidos morrem e somem. Eles desaparecem como se nunca tivessem existido, uma parte do homem morre com eles. Muitas correntes orientais advogam a retenção do sêmen, acreditando que a entrada na vagina encurta a duração de vida do homem, enquanto a retenção vai prolongá-la.”

O Poder do Nascimento no segundo nível:

“Mas o nascimento não é só um ato físico: idéias, pensamentos, criações da mente em geral, tudo vem a luz da mesma forma.”

“Os homens criativos em seu trabalho e em sua vida quase sempre têm uma mulher ao seu lado, não necessariamente uma esposa, mas uma irmã, mãe, amiga, que age como catalisadora.”

“Da mesma forma que ela recebe a semente masculina em seu interior, ela acolhe necessidades, idéias e desejos do homem em seus níveis psíquicos profundos e os devolve recarregados por centros mais elevados.”

O Poder do Nascimento no terceiro nível:

“A mulher com seu talento inato de tocar o lado interno da vida, aceita e combina sua vontade com a experiência espiritual. Para o homem é uma tentação de origem desconhecida. Porém, se homem simplesmente aceitar a experiência, ele entra nela de corpo e alma e sai completamente renascido. O poder feminino de provocar transformação espiritual no homem salvá-lo ou destroçá-lo[p1] .

 [p1]“Destruí Wilfred, e ele se reergueu como uma fênix, renascido das cinzas de sua vida mortal, e conheceu a Grande Isis. Eu o matei e lhe dei o nascimento. Isso não é mau, a menos que se considere mau o sofrimento, e eu não o reconheço assim, afinal, o sofrimento traz poder, e destruição significa liberdade.” (A sacerdotisa da Lua, Dion Fortune)

(In A Arvore do Extase, de Dolores Ashcroft-Nowick)