segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A mulher patriarcal, a mulher que só pode ser uma

"A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela nunca se torna ela mesma porque é proibido ela fazer tal." (Andrea Dworkin)




Logo no gênesis, de acordo com os Livros Sagrados judaicos, nos deparamos com a polarização – puta e sagrada, mal e bem – e a separação desses dois lados. Ou se está de um lado, ou de outro.
Nos deparamos com isso na criação do homem e da mulher, no inicio, Yahvé criou Adão e Lilith.





Lilith personifica a mulher rebelde, libertina e assassina. Em uma sociedade paternalista, Lilith é reprimida para dar lugar a Eva. Portanto, Eva representa a mulher moldada pelo homem. A Eva, como mulher, está totalmente alienada, não é nada mais do que a imagem castrada de Jeová e de Adão e não a imagem da parte feminina de Deus. Eva é uma mulher muda, a sombra de uma mulher, quase um fantasma.




Ou a mulher é intitulada “beata”, “pura”, “mãe” ou é intitulada “prostituta”, “piranha”. A mulher se encontra aprisionada nesses conceitos, quando a sua complexidade vai muito além deles.

Estou farta de um mundo apenas com Evas e Liliths! Onde estão as mulheres autênticas? Quando a mulher poderá apenas ser mulher?





“Mas ela não é só a Virgem Imaculada, a Mulher Vestida com o Sol; também é a Grande Prostituta, a mulher que se embriaga com o sangue dos santos. Ela a natureza, eternamente inviolada, a Isis Velada; e ela é a Natureza, freneticamente copulando com todas as suas criaturas, desavergonhada e abertamente. Se uma concepção não estiver unida a outra, o homem não compreenderá jamais a natureza de uma mulher.”(em ‘Comentários de Al’ por Therion)

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